A missão portuguesa para a participação nos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, na Coreia do Sul, apresentou-se hoje em Lisboa com um discurso otimista e uma grande vontade de aprender e ganhar mais experiência para o futuro.
Uma vez mais sob a coordenação de Pedro Farromba, presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, a missão lusa conta com dois atletas: Kequyen Lam, de 38 anos, que vai competir na modalidade de cross country (15 km), uma das vertentes do esqui nórdico, e Arthur Hanse, de 24 anos, que está inscrito em slalom e slalom gigante, disciplinas do esqui alpino.
"Esta é mais uma etapa naquilo que é a afirmação dos desportos de inverno em Portugal. Temos feito um longo caminho, muito assente no trabalho que temos feito com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Fruto desse trabalho conseguimos encontrar alguns atletas", explicou o chefe da missão lusa.
O sublinhado histórico da oitava presença portuguesa Jogos de inverno foi enfatizado pelo dirigente, que vincou que a ideia de "ganhar experiência" é a principal meta para os dois atletas. Por isso, confessou aos jornalistas que só no futuro será possível sonhar com medalhas portuguesas nesta competição.
"Nestes Jogos, dificilmente. No futuro? Acredito que sim. Acredito que nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno podemos começar a olhar com um otimismo muito menos moderado do que aquele que hoje temos para as medalhas", referiu, acrescentando que um cenário de preparação com quatro anos em vez dos cerca de oito meses desde que receberam apoios pode fazer a diferença.
Na cerimónia de apresentação da missão, que teve lugar na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), apenas Arthur Hanse esteve presente, já que Kequyen Lam teve problemas nas ligações aéreas entre o Canadá, onde reside, e Portugal, não conseguindo assim participar no evento. Para Hanse, que repete a presença depois de Sochi2014, chegar ao ‘top-50’ é a fasquia.
"Espero o melhor possível. É muito importante para nós estarmos a representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Inverno. O meu objetivo é o ‘top-50’, mas o meu sonho é o ‘top-30’. É muito importante para mim, para o país e para as crianças, no sentido de desenvolver o esqui alpino e o desporto de inverno", admitiu o atleta.
Nascido em França, mas com raízes familiares na região de Leiria, o esquiador lembrou que trabalhou "muito no duro" para voltar a viver a experiência olímpica e que possui agora uma maior maturidade, frisando ser "mais português do que francês" e que por isso não teve hesitações na nacionalidade.
Por fim, José Manuel Constantino, líder do COP, mostrou a sua confiança para o futuro, reforçada pelos "sinais positivos" que já vai encontrando nos desportos de inverno em Portugal.
"Esta não é uma grande tradição no movimento desportivo nacional, o que é verdade, mas teimamos em contrariar essa tendência. Estou certo que esses sinais permitirão obter resultados a médio e longo prazo, permitindo que a expressão competitiva de Portugal, pese embora as circunstâncias, possa ser mais substantiva", finalizou.
A comitiva portuguesa, composta por seis elementos, viaja terça-feira para o Dubai, de onde voa depois para Seul, a capital sul-coreana. Daqui até PyeongChang o trajeto de cerca de três horas é feito de autocarro. Kequyen Lam vai estrear-se no dia 16, enquanto Hanse compete em 18 e 22 de fevereiro. Os Jogos decorrem em Pyeongchang entre 09 e 25 de fevereiro.
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