Depois de 12 épocas e 94 corridas disputadas à volta do Mundo, a Red Bull Air Race World Championship despediu-se no último fim de semana (7 e 8 de setembro) dos fãs com uma grande final carregada de emoção. Mesmo com uma vitória nas mãos, Muroya foi incapaz de impedir que o título fosse atribuído a Hall – numa disputa que foi bem emblemática da intensidade com que se viveu a competição até ao último segundo.

Caiu o pano sobre a Red Bull Air Race World Championship, o Campeonato do Mundo de Corridas Aéreas criado em 2003 na Áustria que ganhou uma expressão planetária ao longo de doze temporadas e 94 etapas disputadas nas mais diversas latitudes. Decorrendo sob a égide da Federação Internacional de Aeronáutica, a competição visitou cenários tão emblemáticos como Monument Valley, nos Estados Unidos da América, Londres, no Reino Unido, o Rio de Janeiro, no Brasil e – nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2017 – as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia.

A grande final da época de 2019, que coincide com o ponto final da competição, decorreu no último fim de semana (7 e 8 de setembro) em Chiba, no Japão – mobilizando no terreno cerca de 98 mil espectadores. Em causa estava a decisão do título, com três pilotos motivados para voar até ao seu limite para lutar por este objetivo: o japonês Yoshihide Muroya, o checo Martin Šonka e o australiano Matt Hall.

Muroya partia como favorito e contou com o apoio do público para se tornar no segundo piloto da história – a seguir ao britânico Paul Bonhomme – a conseguir vencer três corridas em casa. Embora o “samurai dos céus” tenha entrado na corrida com o pé esquerdo, uma vez que falhou os pontos na qualificação (ganha pelo espanhol Juan Velarde), o dia terminou com sentimentos mistos: a vitória na corrida dava-lhe acesso direto à história, já que era o segundo piloto de sempre a conseguir vencer três corridas em casa. No entanto, houve também lugar para alguma frustração – foi por apenas um ponto que Muroya falhou o título. Este acabou por ir parar às mãos do australiano Matt Hall, terceiro classificado em Chiba, que celebrou de forma efusiva uma conquista inédita depois de anos em que se celebrizou como o “último entre os primeiros”: “As condições estavam muito difíceis e optei por jogar pelo seguro. Sabia que me ia odiar para sempre se penalizasse. Foi uma grande conquista e acho que se viver até aos 90 anos vou dizer a toda a gente que sou Campeão do Mundo!”.

Uma nota final para a excelente prestação do mais experiente piloto no ativo - o norte-americano Kirby Chambliss - que foi segundo classificado em Chiba. Já Martin Šonka, que defendia o título, terminou o campeonato em terceiro lugar depois de uma prestação dececionante nesta derradeira etapa.