O diretor geral da agência antidopagem russa (RUSADA), Yuri Ganus, descartou hoje a eventual intenção da Agência Mundial Antidopagem (AMA) em dificultar deliberadamente a participação do país nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Não me parece que os diretores da AMA tenham alguma intenção de fechar à Rússia as portas de Tóquio2020”, admitiu.
O responsável considera que a AMA tem adotado uma posição mais sensata e de desafio positivo à parte russa para que faça a sua parte no sentido de “defender os seus direitos, em caso de necessidade”.
“O paradoxo é que não podemos defender os nossos direitos enquanto não cumprirmos as condições básicas", recordou, numa fase em que o laboratório ainda precisa cumprir com uma série de requisitos para recuperar totalmente o seu funcionamento independente.
Há um ano, em 20 de setembro de 2018, a AMA restituiu, sob algumas condições, a licença à RUSADA, que há três anos a tinha visto suspensa devido a um escândalo de doping.
Em janeiro, Yuri Ganus reconheceu que a Rússia precisa de vários anos até recuperar a confiança do desporto mundial, depois dos sucessivos escândalos em que esteve envolvida.
O presidente do país, Vladimir Putin, admitiu que o país cometeu erros na luta contra o consumo de substâncias proibidas, apelando a um virar definitivo da página do doping que permita a presença, de pleno direito, da sua seleção em Tóquio2020.
Apesar de alguns avanços da nação na luta contra o doping, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), que impediu a presença dos russos nesta modalidade no Rio2016, mantém uma posição mais exigente.
Assim, a Rússia contará com somente 29 atletas nos Mundiais de atletismo em Doha, entre 27 de setembro e 06 de outubro, e sob a condição de competirem como neutros, devido à suspensão que se mantém à federação russa desde novembro de 2015 - e reconfirmada em junho - na sequência de escândalo de doping e corrupção, com conivência estatal.
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