A seleção portuguesa de ginástica acrobática quer protagonizar um “ótimo” campeonato do mundo em Guimarães, com “uma prestação crescente” face aos anos anteriores, de ‘olho’ na luta pelas medalhas, afirmou hoje o selecionador nacional.

Lourenço França considera que os 11 ginastas lusos apurados para o evento, que se realiza entre quinta-feira e domingo, no pavilhão multiusos da cidade minhota, formam uma equipa com “enorme qualidade”, pronta a dar sequência aos pódios alcançados no campeonato da Europa de 2023, em Varna, na Bulgária, e nas etapas mais recentes da Taça do Mundo.

“Pode-se esperar uma prestação de nível crescente em relação aos anos anteriores. Temos uma equipa experiente e jovem, ao mesmo tempo. Há ginastas no primeiro campeonato do mundo e outros que estão no segundo ou no terceiro. Temos uma equipa com enorme qualidade. Podemos esperar um ótimo campeonato do mundo”, vinca, em declarações à Lusa.

Segundo país na tabela de medalhas do campeonato do mundo de 2022, em Baku (Azerbaijão), com três ouros e quatro pratas, registo apenas superado pelo da Bélgica, Portugal está pronto para lutar pelo “lugar mais alto do pódio” nas várias provas, frente a seleções competitivas, que também querem lá chegar, acrescenta.

A representação lusa abrange as competições de pares femininos, com Inês Faria e Beatriz Carneiro, de pares masculinos, com Miguel Lopes e Gonçalo Parreira, de pares mistos, com Matilde Silva e Bruno Ramalho, e ainda Lara Fernandes e Guilherme Henriques, e nos grupos femininos, com Carolina Marques, Joana Pinto e Eduarda Portela.

Após a medalha de prata no campeonato da Europa de 2023, em Varna (Bulgária), as ginastas do Acro Clube da Maia formam um dos 27 trios que espera atingir as finais nas séries de equilíbrio e de dinâmica, bem como na série combinada, e lutar depois pelo “melhor resultado possível”, sem se esquecer de mostrar a “parte artística” do seu trabalho.

“Dentro de cada especialidade, apresentámos sempre um esquema que mais ninguém faz. São esses que nos dão mais gozo. Esses elementos são aqueles que nos identificam como ginastas para quem vem assistir”, realça Carolina Marques, ginasta de 20 anos, natural do Porto.

Já a maiata Eduarda Portela, também de 20 anos, espera uma execução o “mais ‘limpinha’ possível”, numa disciplina em que os trios da Bélgica, da China, dos Estados Unidos e da França se destacam na luta pelas medalhas, e mostra-se agradada com o facto de competir ‘em casa’.

“Em Portugal, o público é mais acolhedor [face ao de outros países]. O ambiente é melhor. Temos um especial destaque, porque somos portuguesas, mas os espetadores acolhem bem os ginastas dos outros países”, salienta.

Ao ‘leme’ da seleção de ginástica acrobática há quatro anos, Lourenço França enaltece ainda a “excelente preparação” lusa, com atletas a treinarem há um ano para o evento, quase ininterruptamente, e a abdicarem das “normais férias de verão”, numa modalidade em que as carreiras são, por norma, curtas.

“Na ginástica acrobática, a carreira não é muito longa. Um volante, a pessoa que faz acrobacias, mais leve e mais pequena, tem uma longevidade muito dependente da idade e do tamanho. Em relação aos bases, temos ginastas com 25 anos, idade de alguma experiência”, descreve.

O selecionador nacional crê ainda que as medalhas conquistadas no anterior mundial e no anterior campeonato da Europa refletem o crescimento de Portugal na ginástica acrobática, assente na “exigência quanto à formação de treinadores”.

“O Instituto Português do Desporto e Juventude é exigente quanto à certificação. Digo com muito orgulho que Portugal é o único país com medalhas em campeonatos do mundo sem um treinador da Europa de Leste como diretor técnico ou selecionador nacional. Todos os outros medalhados tiveram treinadores de ‘leste’”, compara.

Depois de ter acolhido pela primeira vez o campeonato do mundo de ginástica acrobática em 2006, em Coimbra, Portugal acolhe a 29.ª edição da competição em Guimarães, entre quinta-feira e domingo, com 223 ginastas de 29 países.