O português Miguel Oliveira assumiu esta quinta-feira querer ser campeão do mundo de motociclismo de velocidade no prazo de três anos com a KTM, durante o encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém.
"Acho que em três anos é possível. Como o vou fazer? Vai ser obviamente muito trabalho e com a dedicação que me é conhecida por todos. Sei que tenho a capacidade para lutar por vitórias e pódios. Para já, tenho de continuar focado naquilo que é o meu trabalho na KTM e tirar o maior partido possível da mota e, passo a passo, pensar naquilo que são os meus objetivos daqui a uns anos", avançou o jovem piloto, de 24 anos, à margem da iniciativa Desportistas no Palácio, promovida pelo Presidente da República.
Confrontado com os objetivos da KTM ambicionar um lugar entre os cinco melhores na próxima temporada, Miguel Oliveira defendeu ser uma meta partilhada por todos os elementos da equipa.
"É um objetivo. Obviamente que todos nós queremos o máximo. Neste momento, o campeonato é forte, nós também temos uma mota nova, que aparentemente é competitiva e vamos dar o melhor de nós. Se isso for um lugar entre os cinco melhores, claro que deixará toda a gente orgulhosa", frisou.
Apesar de ainda não estar a 100% após a recente cirurgia ao ombro, "para reconstruir o tendão", e estar "focado em trabalhar a mobilidade até ao início de janeiro, para poder ter uma boa base para começar a fazer uma preparação física mais intensa e chegar perto dos 100% nos testes de pré-temporada em Sepang", o piloto português garante que em "2020 surgirá a melhor versão do Miguel Oliveira".
Além de desvalorizar o recente "desentendimento" com a sua equipa, por não ter sido promovido à equipa principal, Oliveira garante que "toda a gente está feliz" com o seu desempenho.
"É claro para a KTM que os pilotos principais sou eu e o Pol Espargaró e é nisso que estou focado", sublinhou, sem querer se alongar mais sobre a questão.
Depois de recordar ter 'herdado' o gosto pelo motociclismo com o pai, que lhe ofereceu a primeira mota no Natal de 2003, em troca da garantia que seria "um bom menino na escola, teria bons resultados e não seguiria as manias dos outros", uma aprendizagem que levou para o resto da vida, Miguel Oliveira incentivou os alunos da Escola Básica Carlos Ribeiro, do Seixal, e da Escola Básica e Secundária de Idães, de Felgueiras, a "acreditar no potencial, no valor e, sobretudo, no trabalho" que cada um é capaz de desenvolver.
"É privilégio e honra ser convidado pelo senhor Presidente a dar o meu testemunho aos jovens, sobretudo por serem alunos e estarem numa fase da vida em que é essencial terem um rumo. Passar o meu testemunho, exemplo da minha carreira, alguns conselhos e ajudar a encontrar uma motivação nos estudos, na vida e até no desporto", defendeu o primeiro português a disputar o MotoGP e vice-campeão do mundo de Moto2, em 2015.
Miguel Oliveira encerrou o programa "Desportistas no Palácio de Belém" e, no final do encontro com os jovens alunos, o Presidente da República admitiu ter ficado surpreendido com o resultado da iniciativa desenvolvida com a participação de vários atletas portugueses.
"Esta série ultrapassou tudo o que tinha imaginado. Chegámos a ter mais de 400 alunos para um atleta. Todos os atletas foram excecionais, lidaram diretamente com as crianças e jovens, que sabiam tudo em pormenor. Para mim, foi uma surpresa, porque todos os atletas são campeões em termos desportivos, mas são campeões em termos humanos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República assumiu ainda que esta iniciativa promoveu "uma revelação" sobre a mentalidade dos vários atletas que passaram por Belém.
"Foi uma revelação ver que só chegaram onde chegaram porque têm muita cabeça, além de uma equipa e um apoio muito grande atrás da família e instituições variadas. Têm uma grande cabeça, sabem exatamente o que querem, programam a vida a prazo e vão ao mais ínfimo pormenor na disciplina, no treino, na alimentação e estilo de vida. São todos muito bons e falam muito bem, com uma precisão, rigor e precisão. Para chegar onde chegaram é de facto preciso terem muitas qualidades humanas, além das desportivas", rematou.
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