Paulo Gonçalves, piloto português de 40 anos, faleceu este domingo na etapa 7 do Rally Dakar 2020, realizado na Arábia Saudita.

Multiplicam-se pelo mundo desportivo nacional e mundial a consternação e as homenagens ao piloto português.

Em nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a morte do piloto Paulo Gonçalves, enviando as condolências à família.

"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa lamenta a morte do motociclista Paulo Gonçalves na sequência de um acidente no Rally Dakar e apresenta à família enlutada as mais sentidas condolências", pode ler-se.

Na nota, o Presidente da República escreve que o piloto foi um "digníssimo representante de Portugal.

 "Paulo Gonçalves morreu a tentar alcançar o sonho de vencer uma das mais duras e perigosas provas de rally do mundo, na qual foi sempre um digníssimo representante de Portugal, chegando a alcançar o segundo o lugar em 2015", acrescentou.

O Governo disse este domingo que o piloto Paulo Gonçalves fica para a história do motociclismo como um dos desportistas com a ‘ética’ e o ‘altruísmo’ como marcas indeléveis da sua carreira.

“O percurso do motociclista português na alta competição ficou marcado por colocar sempre na frente da sua ação os valores da ajuda, do companheirismo e da sã competição”, refere a nota conjunta do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

Nesse mesmo comunicado, é lembrado o gesto do piloto português no Dakar de 2016, quando parou para ajudar o austríaco Matthias Walkner (KTM), ao lado de quem permaneceu após uma queda deste e fratura de uma perna.

“Essa atitude no Dakar 2016, entre outras que foi tendo ao longo do seu percurso desportivo, levou a que o IPDJ atribuísse ao motociclista o Prémio Nacional de Ética no Desporto de 2016. A própria Federação Internacional de Motociclismo atribuiu idêntica distinção”, lembrou o Governo.

Tiago Brandão Rodrigues e João Paulo Rebelo dizem ainda que Paulo Gonçalves, que morreu hoje aos 40 anos, durante uma etapa do Dakar, será como “um atleta de exceção, um dos grandes campeões da história do desporto motorizado, um exemplo de dedicação e de altruísmo”.

A equipa Monster Energy Honda disse este domingo que nunca esquecerá o "amigo" Paulo Gonçalves.

"O nosso amigo e antigo corredor da Team HRC (2013-2019) Paulo Gonçalves morreu hoje durante a sétima etapa do Rali Dakar de 2020. A equipa Monster Energy Honda queria estender as condolências à sua família e amigos. Descansa em paz, Paulo. Nunca te esqueceremos", lê-se numa mensagem da equipa nipónica na rede social Twitter.

O presidente da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), Miguel Marinheiro, classificou este domingo como “uma notícia triste e trágica” a morte do ‘motard’ Paulo Gonçalves, no rali Dakar, que descreveu como “um apaixonado da vida e das motos”.

“É uma notícia triste e trágica”, referiu Miguel Marinheiro em declarações à agência Lusa, considerando que o piloto de Esposende, que morreu hoje na Arábia Saudita, “merece todos os elogios”.

Segundo Miguel Marinheiro, o ‘motard’ português, de 40 anos, “era um apaixonado da vida e das motas”, lembrando-o como “o piloto com mais títulos de campeão nacional”, mas acima de tudo como “um excelente homem”.

“Começou no motocrosse, passou pelo enduro e pelo todo-o-terreno, em todas as modalidades que praticou foi campeão” disse, acrescentando: “O Paulo era um piloto de excelência e respeitado por todos os adversários”.

Miguel Marinheiro referiu que o piloto era também um apaixonado pelo Dakar, onde teve “excelentes resultados” entre os quais um segundo lugar em 2015.

“Agora nos últimos anos a sua paixão era o Dakar, com excelentes resultados. Todos os anos, todos esperávamos uma vitória do Paulo que, infelizmente, já não vai acontecer. Fica-nos a saudade, mas a memória do excelente piloto que ele foi e dos resultados brilhantes que teve”, afirmou.

O antigo piloto Paulo Marques lembra "um lutador" em Paulo Gonçalves, piloto que hoje morreu durante a sétima de 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno.

"O Paulo era um lutador, um profissional. Ninguém merece uma coisa destas, mas ele ainda menos. Era daqueles que nunca desistia", disse Paulo Marques à agência Lusa.

O antigo piloto de Famalicão era o diretor da equipa Honda que levou Paulo Gonçalves pela primeira vez ao Rali Dakar, em 2006.

"Correu para mim em 2006. Correu no enduro na minha equipa e arranjámos condições para ele ir ao Dakar. Era um piloto muito forte fisicamente e com uma cabeça muito determinada. Era um profissional", recorda Paulo Marques.

O "Marquês", primeiro português a ganhar uma etapa nas motas no Dakar, acredita que o piloto de Esposende "ainda tinha muito para dar na prova", onde deixa "um legado".

"É dos pilotos com maior palmarés português", recorda Paulo Marques, que lembra "uma pessoa pacata, nortenho de gema, com piada”.

“Gostava de estar sempre com os amigos. Era uma pessoa muito querida", concluiu, emocionado.

A Câmara Municipal de Esposende manifestou “profundo pesar” pela morte do piloto Paulo Gonçalves, que faleceu hoje na sequência de uma queda na sétima etapa do Rali Dakar, lembrando o seu papel como embaixador do município no Mundo.

“Nesta hora difícil, o Município de Esposende vem manifestar profundo pesar pela morte do piloto Paulo Gonçalves. ‘Embaixador’ de Esposende no Mundo, deixa a sua marca de homem exemplar e dedicado, ao desporto e à sociedade”, pode ler-se numa publicação na página da autarquia na rede social Facebook.

O piloto português Tiago Monteiro, antigo corredor na Fórmula 1 e atualmente a competir na Taça do Mundo de carros de turismo (WTCR), lamentou a morte de Paulo Gonçalves, “uma pessoa incrível”.

“Um guerreiro, uma pessoa incrível! Descansa em paz amigo. Gone too soon [partiu demasiado cedo]”, escreveu o piloto português nas redes sociais.

O presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), o português Jorge Viegas, considerou esta domingo, em declarações à Agência Lusa, que "o motociclismo português está de luto muito carregado" na sequência da morte de Paulo Gonçalves no Rali Dakar.

"Não posso estar mais triste. Era um piloto que adorava e que conhecia desde pequenino. Era um exemplo como piloto e como pessoa", começou por dizer Jorge Viegas à Lusa.

O antigo presidente da Federação de Motociclismo de Portugal revelou ter sido acordado por David Castera, o diretor da prova. “Disse-me que o encontraram já morto. Foi em reta, o que é estranho. Não sabem o que aconteceu", contou.

O presidente da FIM aproveitou para "endereçar mais sentidos pêsames à família".

“O motociclismo português está de luto muito carregado. O Paulo era sempre uma alegria onde chegava e era muito boa pessoa", concluiu Jorge Viegas.

O SL Benfica lamentou a morte de Paulo Gonçalves, piloto que foi parceiro do clube durante vários anos.

"Era um dos mais credenciados pilotos portugueses de sempre, tendo-se sagrado campeão do mundo Rally Cross em 2015. Foi parceiro do Sport Lisboa e Benfica em vários anos e sentia grande orgulho em ostentar a águia no equipamento de motard, nomeadamente no capacete, durante as provas sobre duas rodas".

"O Sport Lisboa e Benfica endereça sentidas condolências à família e amigos de Paulo Gonçalves neste dia de luto para o desporto motorizado", escreveu o clube em nota publicada no seu site oficial".

Em declarações à RTP o piloto Bernardo Vilar mostrou a sua consternação com a partida de Paulo Gonçalves.

"O Paulo era um piloto muito lutador, era um touro bravo e hiper-preparado", disse.

Vilar considerou ainda que o Dakar é a "prova mais perigosa do mundo".

"As pessoas não se apercebem disso. Parece que estão a ver um conto de fadas. Nesta prova já desistiram vários pilotos de motas. Pode haver um final infeliz com uma queda, como aconteceu com o Paulo. O Paulo fica para a história, atingiu o auge ao ser piloto de fábrica e oficial da Honda. Esteve perto de ganhar o Dakar várias vezes", afirmou.

Tambem Félix da Costa, piloto português da Formula E, lamentou a morte do piloto.

"Descansa em paz, guerreiro Paulo. O desporto e Portugal ficam hoje mais pobres. Até sempre, Campeão!", escreveu Félix da Costa na rede social Facebook, acompanhando a publicação com uma fotografia do piloto de Esposende.

Também Miguel Oliveira, piloto português que participa no MotoGP mostrou a sua tristeza com a morte do piloto.

"Paulo, deixaste uma marca profunda na vida de quem teve o privilégio de se cruzar contigo. A tua coragem e valentia são exemplo para todos nós", escreveu numa publicação no seu facebook oficial.

O piloto holandês Tim Coronel mostrou a sua tristeza com as noticias.

Também Madjer, jogador da selecção nacional de futebol de praia, utilizou o instagram para afirmar que o "desporto português e mundial ficou mais pobre" com a morte de Paulo Gonçalves.

Carlos Sainz, líder da geral nos automóveis, recorreu ao twitter para transmitir a sua tristeza com a notícia.