Sete equipas de Fórmula 1 uniram esforços e vão entregar esta semana os seus primeiros aparelhos respiratórios aos serviços de saúde britânicos, contribuindo para combater a pandemia da covid-19, anunciou hoje a Mercedes.
Além da escuderia baseada na Grã-Bretanha, que lidera o processo, também Red Bull, McLaren, Williams, Racing Point, Haas e Renault se juntaram ao “Projeto Pitlane”, desenvolvido e homologado em somente duas semanas, com a ajuda a University College London (UCL).
Em causa está um dispositivo de ventilação por pressão positiva contínua (CPAP) que se destina principalmente a pacientes que sofrem de uma infeção pulmonar e para quem as máscaras de oxigénio já se revelam uma solução insuficiente.
O governo inglês encomendou 10.000 dispositivos, com o centro técnico da Mercedes em Brixworth, no centro da Inglaterra, a poder produzir cerca de 1.000 por dia
“Desde o anúncio do projeto, recebemos um número incrível de solicitações de todo o mundo para o dispositivo CPAP”, revelou Andy Cowell, diretor do centro.
Cerca de 40 máquinas, que geralmente produzem pistões e turbocompressores para carros de F1, estão agora exclusivamente dedicadas à produção desses dispositivos.
Vencedora dos últimos seis títulos mundiais de construtores na Fórmula 1, a Mercedes tornará os planos deste dispositivo públicos e gratuitos.
“Estes dispositivos vitais são bastante simples de fabricar e podem ser produzidos rapidamente. Esperamos que, ao tornar públicos esses planos, os mesmos possam ser usados para melhorar a resiliência dos serviços de saúde que enfrentam a onda de covid-19”, disse Rebecca Shipley, diretora do Instituto de Engenharia de Saúde da UCL.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil. Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 708 mil infetados e mais de 55 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 16.523 óbitos em 132.547 casos confirmados até segunda-feira.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
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