Paulo Gonçalves (Honda), Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) e Mário Patrão (KTM) concentram as principais esperanças portuguesas de conseguir um bom resultado no Rali Dakar, cuja 41.ª edição começa segunda-feira, no Peru.
Paulo Gonçalves (Honda) é o cabeça de cartaz da armada portuguesa de 19 elementos, que parte de Lima para uma prova totalmente disputada em solo peruano.
Uma queda sofrida na última prova do campeonato nacional de rally raid, em 7 de dezembro, obrigou o piloto de Esposende a ser operado de urgência para retirar o baço, o que afetou a preparação para a corrida sul-africana. Por isso, espera "gerir o andamento" ao longo dos 10 dias de competição, em que "tudo pode acontecer".
Já o seu cunhado, Joaquim Rodrigues Jr., que tripula uma mota de Hero, de fabrico indiano, ainda tem bem presente na memória a queda sofrida logo na primeira etapa da edição de 2018.
Um voo de dezenas de metros numa duna não assinalada no ‘road book' deixou marcas físicas no piloto de Barcelos, que será submetido a uma intervenção cirúrgica quando regressar da América do Sul para retirar os ferros que teve de colocar nas costas.
"No deserto, com o sol, tudo parece plano. Ia a uma velocidade normal quando, de repente, faltou-me o chão e apaguei", recorda.
A partir daí teve de enfrentar várias cirurgias à coluna e uma recuperação difícil. Mas regressou à competição em agosto, no Chile, antes de regressar ao Peru para o Desafio Ruta 40.
"Foi difícil, pois a prova era perto do local onde quase acabou e minha carreira e onde estive perto de ficar numa cadeira de rodas. Mas quis lá voltar por causa disso, por saber que a parte mental num atleta é muito importante e terminei a prova muito contente. Saiu-me um peso enorme de cima dos ombros", admitiu o piloto da Hero.
Agora, Quim Rodrigues está "praticamente a 100 por cento" e com "confiança" para voltar a surpreender, como em 2017 quando terminou na 10.ª posição no ano de estreia.
Já Mário Patrão, que no ano passado ficou de fora devido a uma apendicite, teve um ano em cheio com a vitória no Morocco Desert Challenge, e o segundo lugar na Taça do Mundo de Bajas e espera agora "melhorar" o 13.º lugar conseguido em 2016 e ajudar a KTM a vencer a geral.
"Temos noção que o Dakar é uma prova extremamente exigente e dura, mas quero ajudar a minha equipa a renovar o título que já conquistou por 17 vezes. Não creio que por serem menos dias de competição a corrida seja menos dura", referiu.
Por isso, pretende "entrar com alguma cautela, sem arriscar demasiado, para terminar a prova com a mota em boas condições", adiantou o piloto de Seia.
Para além dos três ‘oficiais', há outros destaques entre as caras nacionais. A começar pelo estreante António Maio (Yamaha), campeão nacional de todo-o-terreno, que há anos tentava montar um projeto para esta competição. O militar da GNR tem, juntamente com Mário Patrão, repartido o domínio do TT nacional nos últimos anos.
A eles juntam-se ainda o luso-alemão Sebastian Buhler (Yamaha), que também faz a sua estreia no Dakar, tal como Hugo Lopes (KTM) e Miguel Caetano (Yamaha). Já David Megre (KTM) e Fausto Mota (Yamaha) são repetentes.
Na categoria de SSV, que integrou a competição pela primeira vez em 2018, participam Miguel Jordão/Lourival Roldan (Can-Am Maverick) e o antigo campeão nacional TT em automóveis Ricardo Porém/Jorge Monteiro (Can-AM Maverick).
Nos carros, Pedro Mello Breyner regressa com um Alta Ruta 4x4 Peru, tendo a companhia de Bruno Martins/Rui Ferreira (Can-Am X3 UTV). Nesta categoria, nota ainda para o navegador Filipe Palmeiro, que acompanha o russo Boris Garafulic, num MINI da X-Raid.
Nos camiões, correm José Martins, num DAF, Paulo Fiúza (mecânico do espanhol Alberto Herrero, num MAN) e Armando Loureiro (navegador do francês Michel Boucou, em Iveco).
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