O britânico Bernie Ecclestone, que será julgado por corrupção na Alemanha em finais de abril, vai abandonar o conselho de administração do grupo que gere os direitos comerciais da Fórmula 1, noticiou hoje a AFP citando fonte oficial.
O “patrão” da Fórmula 1 vai continuar a assegurar a gestão diária, mas com poderes limitados e sob maior escrutínio da administração, impondo-se a obrigatoriedade de os contratos mais importantes passarem pelo presidente, Peter Brabeck-Letmathe, e o adjunto, Donald Mackenzie.
Ecclestone, de 83 anos, é acusado de ter subornado com 35 milhões de euros um ex-banqueiro alemão, Gerhard Gribkowsky, no decorrer da venda dos direitos de exploração comercial da Fórmula 1 ao fundo de investimento britânico CVC.
Gribkowsky foi encarregado em 2006 pelo banco público BayernLB, a cujo conselho de administração pertencia, de vender a participação que a instituição tinha na Fórmula 1, operação em que teve de trabalhar diretamente com Ecclestonne.
Ecclestone recebeu do banco uma comissão de 66 milhões de euros pela venda da participação à CVC, mas entregou 35 milhões de euros a Gribkowski.
Gribkowski, que não declarou esta soma, foi condenado a oito anos e meio de prisão por corrupção e fraude fiscal. No decorrer do processo, Gribkowski disse que o montante tinha sido um suborno de Ecclestone.
Ecclestone negou sempre as acusações e assegura que não fez nada de ilegal.
O caso do tribunal de Munique gira em torno de conseguir provar que Ecclestone sabia que Gribkowsky era empregado de banco público e que, por isso mesmo, não poderia receber comissões.
O fundo de investimento CVC comprou os direitos da F1 por 640,5 milhões de euros ao banco público bávaro Bayern LB, que os detinha após a falência do grupo de media Leo Kirch.
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