O piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) admitiu hoje, no Algarve, boicotar as redes sociais ao longo deste fim de semana em protesto contra os abusos que ali proliferam, "se isso ajudar a que se tomem medidas".
O sete vezes campeão mundial de Fórmula 1 falava na conferência de imprensa do Grande Prémio de Portugal, terceira prova da temporada, a propósito de um boicote à presença nas redes sociais ao longo do fim de semana, que será seguido por vários desportistas.
Admitindo "pouco saber" sobre a iniciativa, Hamilton frisou estar disponível para aderir.
"Para mim, é claro que o racismo continua a ser uma questão em cima da mesa e acho que as redes sociais têm de fazer mais alguma coisa para o combater", disse o piloto da Mercedes.
Hamilton mostrou-se, por isso, "apoiante da iniciativa".
"Se o facto de eu fazer alguma coisa ajudar a colocar pressão nessas plataformas para lutarem contra isso, então terei todo o gosto em fazê-lo", disse.
Lewis Hamilton recordou, ainda, ter sido vítima de comentários abusadores no início da sua carreira na Fórmula 1 e que não sentiu apoio das instâncias que dirigiam o desporto na altura.
"Fui alvo de abuso há muito, muito tempo, quando era novo, quando lia os comentários nas redes sociais, como fazem muitos, de forma a conectar-me com as pessoas", explicou.
Entretanto, o piloto britânico teve de "compreender que não é possível tudo o que ali está nem levar as coisas a peito".
"Se deixares que essas coisas te atinjam, podes acabar com o teu dia", sublinhou.
Hamilton disse ainda "acreditar que as companhias que detêm as redes sociais têm de fazer mais".
"Há algoritmos, há coisas que conseguem ver, devem tomar medidas e criar uma sociedade mais anti-racista", concluiu o campeão mundial.
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