Timor-Leste recebe em novembro um amplo festival de seis dias, que inclui várias atividades radicais, antes da inauguração de parte da primeira autoestrada do país, na região de Suai, a sudoeste da capital, Díli.
O secretário de Estado da Juventude e Desporto, Nelio Isaac Sarmento, explicou que o festival de seis dias, que decorre entre 12 e 17 de novembro, engloba desporto, música, cultura e aventura.
"O Suai Extreme é um projeto ambicioso para Timor-Leste. Ao longo de seis dias, em novembro de 2018, milhares de timorenses participarão ou apoiarão os doze eventos que compõem o festival em geral", explicou.
"Alguns destes eventos serão realizados pela primeira vez na história de Timor-Leste", disse, notando que o evento é uma oportunidade de mostrar o que o país evolui desde a restauração da independência, em 2002.
Artes marciais mistas, motocross, 'off road', um rali que visitará os dois lados da fronteira entre Timor-Leste e a Indonésia, parapente e até lutas de galo fazem parte do festival que inclui uma maratona, uma meia maratona e uma prova de 10 mil metros.
Além da participação de atletas nacionais e internacionais em várias modalidades, o Suai Extreme apostará num amplo envolvimento da comunidade local, com competições desportivas, uma feira alimentar e de café, bem como outros eventos musicais.
"É com grande prazer que convidamos os nossos amigos internacionais para participar. Espero que centenas de pessoas de toda a região e de outros países se juntem a nós nesta incrível celebração", disse Nélio Isaac.
A autoestrada, uma ligação de 151,6 quilómetros, com duas faixas em cada sentido, entre as vilas de Suai e Beaço, ao longo da costa sul, ainda está em fase de construção, mas o primeiro troço - 30,4 quilómetros entre Suai e Fatukai - já está praticamente concluído.
A obra faz parte de um projeto mais ambicioso conhecido como Tasi Mane (Mar Homem, uma referência ao mar mais agitado da costa sul, em contraste com o Tasi Feto, ou Mar Mulher, o mais calmo da costa norte).
O Tasi Mane é um projeto de desenvolvimento de toda a costa sul do país que inclui a construção da Base de Apoio de Suai - zonas logísticas, residenciais e industriais -, a refinaria de Betano, uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), um porto e o gasoduto até ao campo Greater Sunrise, no Mar de Timor.
Para fortalecer a sua defesa da opção do gasoduto para Timor-Leste, rejeitada por várias petrolíferas envolvidas no Greater Sunrise, o Governo timorense chegou a acordo em setembro para a compra da participação de 30% da ConocoPhillips no consórcio dos campos.
Essa operação foi aprovada já em Conselho de Ministros, mas terá que ser inscrita nas contas públicas de 2019 que devem chegar ao Parlamento Nacional no inicio de novembro e que terão também que ser aprovadas pelo parlamento.
Além do troço da autoestrada, o Governo já construiu também o novo aeroporto de Suai, para já usado apenas para alguns voos internos e, desde setembro, como 'escala' entre Darwin, no norte da Austrália, e as plataformas no Mar de Timor.
Estimativas da organização timorense La'o Hamutuk apontam a que a autoestrada já custou 200 milhões, estando orçamentados ainda para o primeiro troço 105 milhões de dólares, entre 2018 e 2020.
Isso implicaria que o custo dos primeiros 30 quilómetros da obra se cifrou nos 10,17 milhões por quilómetro.
Falta ainda concluir três troços da ligação, os 34,3 quilómetros entre Faticai e Dotik, os 42 quilómetros entre Dotik e Buikarin e os 36 quilómetros entre Buikaran e Beaço.
Se o preço por quilómetro se mantiver, o Governo ainda terá que gastar aproximadamente mais 1,2 mil milhões de dólares na obra, nota a La'o Hamutuk.
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