O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, voltou esta quarta-feira a pedir consenso na TAP, manifestando a sua preocupação com o impacto da greve dos pilotos em eventos na região como o Rali de Portugal.

“O Rally de Portugal, que se espera gerar 100 milhões de euros na economia local, tem equipas com voos marcados, sendo que algumas já tiveram que remarcar noutras companhias ou fazer outras opções de chegada a Portugal”, alertou o responsável em comunicado hoje divulgado.

Para Melchior Moreira “estes contratempos têm efeitos terríveis e a longo prazo na memória das pessoas”, pelo que voltou a apelar “ao consenso” e à “proteção do bem comum”.

“Criamos uma imagem de turismo de qualidade, apresentamos um crescimento gradual e sustentado e corremos sérios riscos, neste momento, de perder o trabalho de anos de toda uma cadeia de valores”, avisou o presidente da Turismo do Porto e Norte.

Melchior Moreira teme assim os prejuízos para o país e o impacto para a região da paralisação em eventos de nível internacional, como o Rali de Portugal, e antecipa que “os efeitos no território poderão fazer-se sentir muito em breve e com repercussões danosas para a economia e mais ainda para a imagem que se cria de um país”.

O responsável lamenta ainda que os passageiros do Aeroporto Francisco Sá Carneiro sejam os mais penalizados com esta greve e critica uma paralisação de uma companhia de aviação de referência que irá contribuir “não só para uma imagem negativa do país” mas também para o “acentuado prejuízo da própria TAP e de todos os seus colaboradores”.

A 49.ª edição do Rali de Portugal, prova pontuável para o mundial da especialidade (WRC), decorre entre 21 e 24 de maio, regressando às estradas do norte após 14 anos de ausência.

O Rali de Portugal estende-se ao longo de quatro dias, contando com 354 quilómetros cronometrados, envolvendo 13 autarquias e um total de 16 provas especiais

Os pilotos da TAP cumprem, entre 01 e 10 de maio, 10 dias de greve por considerarem que o Governo não está a cumprir anteriores acordos, de 1999 e de dezembro de 2014, que, segundo o Sindicato dos Pilotos da Aviação, lhes davam direito a participarem no capital da transportadora no âmbito da privatização.