Um mais «calmo e assertivo» Miguel Oliveira prepara-se no domingo para iniciar a sua terceira temporada na categoria de Moto3 do Mundial de motociclismo, com o objetivo de vencer a sua primeira corrida nesta competição.

«Este ano é possível e vou lutar por isso. É para isso que saio de casa, é para ganhar corridas», afirmou afincadamente Miguel Oliveira à agência Lusa.

Agora com 18 anos, o piloto português, que integra a equipa indiana da Mahindra Racing, mostra-se mais ambicioso, assume o desejo de finalizar a época dentro dos cinco primeiros e quer subir, pelo menos uma vez, ao mais alto lugar do pódio.

«Honestamente, estamos bem colocados para poder repetir mais pódios que no ano passado. Sinto-me confiante. Melhorei os meus tempos em todas a pistas em que já andei durante os testes e isso é um bom indicador que podemos ser melhores do que no ano passado», explicou o almadense.

Em 2012, Miguel Oliveira chegou a liderar algumas corridas, mas o melhor que alcançou foi um segundo lugar no Grande Prémio da Austrália, a penúltima ronda dessa temporada.

«Estou mais calmo e assertivo em relação àquilo que era na minha época de estreia (na altura em 125cc). No ano passado, terminei a época em oitavo mas cheguei à última corrida com possibilidade de lutar pelo top 5», lembrou.

Mesmo assim, o português, que está «focado no desenvolvimento da moto» para no próximo fim de semana chegar competitivo ao Grande Prémio do Qatar, assume que está «ansioso» para iniciar a temporada.

«Depois dos últimos testes em Jerez (Espanha), só penso no Qatar. Há muita expectativa para ver como estamos e acho que estar ansioso até é bom no motociclismo. É estar com os sentimentos à flor da pele e serve para nos mantermos mais ativos», referiu o piloto luso.

Miguel Oliveira falou à agência Lusa minutos antes de iniciar mais uma sessão diária de ginásio, desta vez no Centro Desportivo Nacional do Jamor, onde se desloca «duas a três vezes por semana» para treinar na companhia de um preparador físico. Nos restantes dias, faz sessões de recuperação.

«Muitas pessoas pensam que motociclismo não exige qualquer esforço porque estamos a ser levados por um meio de transporte, mas é completamente o oposto. Fazemos muita força para poder aguentar uma travagem e um circuito tem várias travagens, multiplicando isso por muitas voltas. É um cansaço físico muito grande. É preciso ter resistência e força», explicou.

Com 60 quilos, o piloto luso lembrou que «para se ser bem sucedido no desporto é preciso ter autodisciplina» durante todo o ano, mesmo quando não está em altura de competição.

«O peso é um fator que conta bastante. Não me posso descuidar na minha alimentação, há hábitos que têm que estar regulados. Qualquer deslize resulta na perda de potência da moto e isso não pode acontecer», frisou.

A temporada do Campeonato do Mundo de motociclismo inicia-se domingo no Circuito Internacional de Losail, no Qatar, com uma corrida noturna.