O piloto português Filipe Albuquerque assumiu, em declarações à Lusa, o sonho de vencer a última prova do Europeu de resistência, as 4 Horas de Portimão, e poder sagrar-se “campeão europeu em Portugal”.

“É sempre ótimo chegar à última prova num campeonato como este e estar na disputa pelo título. Estivemos na frente, e depois tivemos alguns percalços, mas é ótimo poder discutir o título europeu, ainda por cima em Portugal”, afirmou o piloto da United Autosports, sobre a última prova da temporada da ‘European Le Mans Series’.

Na categoria LMP2, Filipe Albuquerque, o norte-americano Will Owen e o suíço Hugo de Sadeleer são segundos à entrada para a prova de Portimão, a 18 pontos dos líderes, a equipa russa G-Drive Racing, do mexicano Memo Rojas, o francês Léo Roussel e o japonês Ryo Hirakawa.

Para poderem chegar ao título europeu, o trio da United Autosports, equipa anglo-americana que se estreia na competição, tem de vencer a prova e esperar que os adversários terminem em sétimo ou pior, ou então em segundo, desde que os líderes da tabela não pontuem na prova portuguesa.

Chegar à última prova em solo português com a possibilidade de vencer o europeu de resistência não é novidade para Albuquerque, que em 2015 era segundo antes da prova no Autódromo do Estoril, em que foi terceiro, resultado insuficiente para vencer a competição.

Quanto ao circuito de Portimão, onde se diverte “imenso a correr”, Albuquerque diz que este é “mais de acordo com o carro do que as duas provas anteriores”, em Spa (Bélgica) e nas Quatro Horas de Le Castellet.

“Estou mais confiante para esta corrida do que para as anteriores”, afirmou Albuquerque, que classificou o campeonato da equipa até como “muito, muito bom”, sem “nenhum erro crasso que tenha prejudicado a performance”, mas antes “algum azar”, dando vários exemplos de penalizações e acidentes não provocados.

Ainda assim, poder “ganhar em casa traria imensas boas memórias para nunca esquecer”.

“É muito especial poder ver pessoas queridas, que acompanham a minha carreira desde pequeno, familiares, amigos, e muita gente próxima a seguir a corrida. É sempre bom, ainda para mais com a possibilidade de ganhar um campeonato da Europa”, comentou.

Em 2018, Filipe Albuquerque vai correr, pela primeira vez, a tempo inteiro num campeonato nos Estados Unidos, neste caso o WeatherTech Sports Car, em que já tem participado em algumas corridas nos últimos dois anos, ao serviço da equipa Action Express, onde vai partilhar um carro com o compatriota João Barbosa.

“Era um desejo meu poder correr a tempo inteiro nos Estados Unidos. É um campeonato que está num ponto muito alto neste momento”, reforçou o piloto de Coimbra, que apontou as saídas nos últimos anos de vários construtores do Mundial de resistência da FIA, como a Audi ou a Porsche, como algo que “pesou” na decisão para 2018.

O Mundial, que inclui as 24 Horas de Le Mans, vai passar por “um ano de transição”, uma vez que terá uma ‘supertemporada’, que dura até 2019, o que faz com que “neste momento, o campeonato norte-americano seja o melhor do mundo”, com Albuquerque na expectativa para perceber "como conciliar o calendário" com outras provas de 'endurance'.

Ainda assim, o campeonato da FIA “sobrevive e sobreviverá devido à grande prova que é Le Mans”, explicou o piloto, quarto classificado esta temporada na prova francesa, que continua nos planos do piloto para 2018.

“Vão ser sempre corridas competitivas e interessantes, com muitos carros inscritos. Vai sempre haver interesse de equipas privadas. Este ano, é uma grande oportunidade para os privados conseguirem ganhar, os construtores terão a vida mais complicada”, explicou o português.

Quando correu como piloto da Audi, a construtora alemã “já trabalhava com o carro em pista quase um ano antes”, mas as regras são anunciadas este ano “entre outubro e novembro, o que dá muito pouco tempo e faz com que a fiabilidade se torne um ponto de interrogação”.