O piloto Tiago Monteiro regressa no fim de semana à Taça do Mundo de Carros de Turismo, que arranca em Marrocos, mas há outros quatro portugueses, afastados dos holofotes, que vão acompanhar a época do WTCR.

Além do piloto da Honda, presente no campeonato desde 2007, Bruno Correia vai já para a 11.ª época consecutiva neste campeonato, como dono e senhor do carro de segurança, que entra em pista em caso de acidente para segurar o pelotão.

Este ano, o antigo piloto terá nas mãos um Nissan R8 de 680 cavalos e vai ter de se continuar a dividir entre este campeonato e o de Fórmula E, onde desempenha iguais funções.

"É bom ter o Tiago de volta depois do terrível acidente que teve. Vai ser uma temporada muito forte. O Tiago é muito querido no campeonato. Se não tivesse tido aquela infelicidade, teria tido todas as condições para ser campeão", disse à agência Lusa.

Os compromissos de agenda vão retirar Bruno Correia de três provas do campeonato, que coincidem com a Fórmula E. Pelo menos em duas, o substituto será o compatriota Pedro Couceiro, também antigo piloto, que já conduz o 'safety car' no Mundial de Resistência (WEC).

"Esta atividade representa 20 a 30% da minha atividade profissional. Para mim é uma felicidade estar dentro do meio, como gosto, mas é uma forma diferente de ver as corridas", comentou, em declarações à Lusa, o antigo piloto de 49 anos, que teve uma carreira de 28 anos.

Além disso, vai desempenhando também as funções de 'riders adviser', uma espécie de conselheiro das organizações para ajudar com a opinião de um antigo piloto em situações mais polémicas.

Pedro Couceiro chegou a este campeonato pela mão de Rui Marques, o adjunto do diretor de corrida. "São funções menos visíveis", admite este lisboeta, de 46 anos, que em várias situações é chamado a substituir o diretor de prova.

Entre as funções que tem em mãos, uma das mais difíceis é a decisão "de mandar entrar o ‘safety car’ ou parar uma corrida com bandeiras vermelhas". No ano passado, em Vila Real, contudo, foi "das mais fáceis de tomar", pois o acidente que se produziu após o arranque bloqueou a pista por completo. "Estas são corridas de meia hora, cerca de 16 voltas. Se metermos o ‘safety car’ em pista durante dez minutos, matamos o espetáculo", explica.

Em 2019, pela primeira vez, também estará Carlos Barros a tempo inteiro. O antigo responsável pelo Silver Team da Peugeot nos ralis foi nomeado delegado técnico permanente.

É o responsável pelas verificações técnicas aos carros, antes, durante e após as provas, de forma a conferir a legalidade dos mesmos. "Tenho de ver se os carros estão nivelados, em termos de preparação, e para que não haja nenhuma ‘marosca’. Se não houver verificações, eles tentam ir sempre além do que é permitido. Mas estamos para tentar fazer cumprir os regulamentos técnicos", explicou à Lusa.

Os "pesos, as alturas e larguras de vias" são os aspetos mais problemáticos e mais inspecionados.

Os quatro estão a tempo inteiro na Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), acompanhando Tiago Monteiro, o único piloto português a fazer todo o campeonato.