No caso das marcas que participam na categoria WRC, a disciplina máxima da modalidade, são várias as toneladas de material que têm de ser constantemente transportadas de país em país, por vezes em diferentes continentes, com a maior rapidez possível, para que à chegada dos pilotos tudo esteja operacional.
Além dos carros e respetivos componentes mecânicos, há toda uma estrutura de apoio, que é montada para ser o ‘quartel general' da equipa durante os dias da competição, contemplando zonas de assistência, salas de reunião e decisão técnica, áreas de refeição e de descanso, cozinha, sanitários e até uma parte destinada para receber o público.
A agência Lusa visitou a estrutura da Toyota, uma das maiores das equipas de WRC presentes no Rali de Portugal, e percebeu que o trabalho do serviço de logística começou algumas semanas antes da chegada a Matosinhos.
"Temos de chegar e montar a estrutura vários dias antes do início do rali, porque quando a competição arranca tudo tem de estar impecável, pois disso também depende o sucesso dos nossos pilotos", começou por explicar Kaj Lindstrom, responsável pela operação.
O finlandês contou que nas provas que acontecem na Europa o transporte de todo o material é feito por nove camiões, que cumprem apertados horários entre as viagens, e que na chegada ao local são alugados alguns carros e carrinhas para transportar todas as pessoas da equipa.
Quando se trata de levar a estrutura para outro continente é utilizado o transporte marítimo, acomodando, quase, tudo em contentores.
"Os carros e as peças mecânicas seguem de avião, temos uma equipa com 5 pessoas, na nossa sede, a tratar de toda essa logística das viagens. No terreno, destinados à montagem das estruturas de apoio temos 12 pessoas em permanência", explicou o responsável da Toyota.
No caso da marca japonesa, as estruturas que dão lugar às temporárias oficinas e zonas de apoio, são as mesmas desde 2017, fazendo com que os elementos da logística estejam já rotinados com as tarefas, apesar de não estarem imunes aos contratempos.
"Quer a operação de montar quer a de desmontar demora cerca de dois dias e meio, mas temos de ter sempre uma margem de segurança, para as dificuldades que possam surgir, nomeadamente com o tempo. Por exemplo em Monte Carlo, em 2018, nevou toda a primeira noite, e tivemos mais de 12 horas para retirar 30 centímetros de neve do chão", recordou.
Segundo Kaj Lindstrom, a área de serviço de Matosinhos, neste Rali de Portugal, "é uma das mais fáceis para as tarefas das equipas", lembrando que noutros ralis "a missão fica bem mais complicado para instalar uma estrutura com várias toneladas em terreno inclinado".
Por estes dias de competição, a zona de assistência da Toyota tem de ser um porto de abrigo para pilotos, mecânicos e restante staff, com Kaj Lindstrom a lembrar que "são pessoas que passam grande parte do ano fora de casa e têm de sentir confortáveis e seguras no seu local e trabalho".
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