A edição deste ano do Rali de Portugal, marcada pelas contingências da pandemia de covid-19, é um dos mais complexos eventos desportivos realizados no país, mas, segundo a organização, a prova tem merecido elogios das instâncias internacionais.
"Apesar de todos os condicionalismos, tudo está a correr bem, e o promotor da WRC já nos veio dar os parabéns pela organização, partilhando que todos os participantes se sentem confortáveis com os dispositivos de segurança que implementámos", disse à agência Lusa Mário Martins da Silva, presidente da Comissão Organizadora do rali.
O responsável, que integra a estrutura do Automóvel Club de Portugal (ACP), lembrou que são milhares as pessoas que estão envolvidas no evento, num planeamento que começou há vários meses, e cujo sucesso é crucial para que a prova possa regressar a Portugal nos próximos anos.
"Esta é a primeira prova do WRC, desde o ano passado, que já consegue ter algum público, e isso é fundamental para a FIA [Federação Internacional do Automóvel] e para promotor do rali. Eles têm estado muito atentos, mas também elogiado o trabalho que temos feito", acrescentou Mário Martins da Silva.
O presidente da Comissão Organizadora do rali lembrou que a prova foi submetida a uma rigorosa avaliação da Direção-Geral da Saúde, de acordo com um plano de contingência esboçado e aprimorado durante meses, e vincou que o ACP fez um grande investimento na sensibilização para as medidas de segurança junto do público.
"Sabíamos que seria impossível fazer um rali sem público, por isso tentámos realizá-lo com menos pessoas a assistirem, mas com mais controlo e segurança. Para tal, foi indispensável a articulação com a GNR e as campanhas feitas para que todos cumpram as regras", disse Martins da Silva.
O responsável lembrou que o sucesso deste rali vai, como sempre, ditar a continuidade do evento no nosso país, inserido no calendário do WRC, e mostrou-se otimista que tal possa acontecer.
"Temos a noção que se não correr bem, podemos perder a prova, porque há uma série de países que esperam por uma vaga. Tem sido uma grande luta mantermo-nos no calendário, mas acreditamos que vamos continuar. Em breve, teremos uma reunião com o promotor para assegurarmos o evento por mais alguns anos", partilhou o responsável.
Ainda assim, Mário Martins da Silva reconheceu que esta edição do rali "está um pouco mais triste" por não ser possível a habitual proximidade ao público, mas pediu aos adeptos que, desta vez, se adaptem às circunstâncias.
"Tentamos, este ano, levar o rali à casa das pessoas, disponibilizando mais transmissões televisivas em direto, não só para Portugal como para o estrangeiro. Estamos a chegar a 150 países, e com isso divulgar o nosso país e os territórios que é o grande objetivo do ACP das autarquias nossas parceiras", concluiu Mário Martins da Silva.
E para que tudo decorra sem incidentes até domingo, último dia da corrida, são mais de cinco mil as pessoas que estão envolvidas no evento, entre elementos da organização do ACP, operacionais das autarquias, agentes da autoridade, bombeiros e elementos de emergência médica.
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