O piloto português Tiago Monteiro recordou hoje, em entrevista ao sítio oficial da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), o acidente sofrido em Barcelona, em 2017, que lhe roubou a possibilidade de se sagrar campeão mundial.

Numa entrevista conduzida pelo britânico Martin Haven, que é a voz oficial do campeonato, o piloto portuense, de 43 anos, recordou o início de carreira, até ao acidente sofrido numa sessão de testes, em 06 de setembro de 2017, em Barcelona, numa altura em que liderava o então Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC).

"Toquei nos travões e não aconteceu nada. Puxei o travão de mão e também não aconteceu nada. Tentei reduzir com a caixa de velocidades, mas só consegui trocar uma vez de velocidade", recordou.

Com o muro do circuito de Montemeló, no final da reta da meta, a aproximar-se velozmente, Monteiro tentou "fazer a curva", mas a velocidade não permitiu: "Ainda consegui abrandar até aos 186 km/h, batendo de lado", contou.

O acidente provocou diversas lesões, sobretudo ao nível da visão, que impediu o piloto português de defender a liderança do campeonato nas restantes provas do Mundial, perdendo um título que parecia bem encaminhado.

O regresso demorou 415 dias, com uma corrida no Japão.

"Tiago Monteiro é o campeão mundial que nunca chegou a ser", escreve mesmo o site do campeonato, na apresentação da entrevista com quase uma hora e meia, em que o piloto da Honda recordou o início da carreira, que começou "por acaso".

"Aquilo de que gostava eram as motas e fazer motocrosse. Mas quando tirei a carta, o meu pai incentivou-me a fazer uma corrida", contou.

Aos 18 anos, participou em cinco corridas da Porsche Carrera Cup France, com cinco vitórias em outras tantas corridas a catapultá-lo para uma carreira que teve como ponto mais alto o pódio conseguido em 2006, no Grande Prémio dos Estados Unidos de Fórmula 1 (terceiro lugar), com a Jordan.

Tiago Monteiro falou também sobre a pandemia de covid-19. "Todas as pessoas e todas as atividades têm de repensar aquilo que têm feito. Quando isto passar teremos de nos readaptar", disse.

Sobre a situação em Portugal, o piloto afirmou acreditar que um dos pontos chave para os bons resultados foi o encerramento prematuro das escolas. "Os pais tiraram os filhos das escolas dois ou três dias antes da ordem oficial chegar", apontou.

No entanto, ao contrário "da maioria das pessoas", os dois meses de confinamento permitiram ao piloto portuense "perder dois ou três quilos".

"Tenho um ginásio em casa. Treino uma a duas vezes por dia. Já perdi três quilos. Consigo controlar muito melhor o que como, pois conto as calorias. O facto de não trabalharmos e não comer comida de aeroporto, dá-nos mais tempo. Mas é incrível como estamos ocupados estando em casa”, explicou.

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