A cada edição do Circuito Internacional de Vila Real há mais bancadas improvisadas em andaimes, tendas e bares ao longo dos 4,6 quilómetros de pista, que são também lugar de reencontro de amigos e aficionados pelo automobilismo.
A reta de Mateus é um ponto privilegiado para ver os carros a acelerar na pista. O terreno ao lado foi limpo nos últimos dias e lá foram colocadas bancadas improvisadas em andaimes, tendas de campismo, mesas e uma barraca de bebidas com esplanada.
“De ano para ano o acampamento vai aumentando de tamanho e de recursos”, afirmou à agência Lusa José Rainho, que se juntou a um grupo de amigos para passar os três dias mesmo junto à pista, onde dormem e fazem as refeições e até vão festejar o São João esta noite.
Vivem todos em Vila Real, mas dizem que, assim, não precisam de andar “de um lado para o outro”.
“Lembro-me de ver as corridas desde os quatro anos e é sempre um prazer vir para cá. Às vezes até vemos os carros a passar”, brincou.
Um lamento comum é Tiago Monteiro. O piloto português não pode correr em Vila Real e muitos queixam-se de que é “menos um aliciante” no circuito.
António Mestre tem apenas 11 anos, mas já partilha a paixão dos carros com os pais, apesar de ficar dividido entre o futebol e as corridas. “É metade metade”, frisou.
Gil Barbosa festeja hoje o aniversário com corridas e o São João: “Vai ser festa até cair. Viemos ver os carros, conviver e apoiar os pilotos portugueses em pista.”
O circuito de Vila Real faz-se de provas internacionais e também de corridas nacionais, onde participam muitos pilotos da cidade.
Atrás do andaime aberto “só para meninas bonitas”, o grupo de Gil Barbosa colocou uma mesa e bancos, um grelhador e até uma pequena piscina de plástico para as crianças brincarem.
“Isto das corridas está no ADN dos vila realenses”, afirmou Ricardo Ribeiro.
Por estes dias, a paixão é repartida entre o automobilismo e o futebol. “No fim de semana são as corridas e a seleção na segunda-feira. Foi bem organizado”, brincou.
Pelo quinto ano consecutivo, Nuno Moreira instalou a “SOS barraca” na reta de Mateus. “É pela tradição, pelo gosto pelas corridas e também, como é obvio, para fazer negócio. Faz-se alguma coisa, a renda é bastante elevada, tem vindo a aumentar de ano para ano, mas é também pelo gosto que fazemos isto”, salientou.
Nuno Moreia salientou ainda que as corridas são também “um ponto para reencontro de amigos”, que não se veem durante o ano todo.
Paulo Silva veio com um grupo de amigos de Lousada de propósito para passar o dia em Vila Real. “Viemos pelo convívio, pela viagem até aqui e pelas corridas. Sempre que há circuito viemos cá”, afirmou.
Mais em cima, Luís Santos chegou cedo à ‘chicane’ de Mateus para guardar um bom lugar junto à pista. “Sou um apaixonado e acho que isto também é bom para a cidade, ficamos conhecidos internacionalmente”, referiu.
Por aqui fica de manhã à noite, tira fotografia e faz pequenos vídeos para mandar para amigos e familiares que não puderam vir à cidade transmontana.
Albino Guicho pertence à comissão de festas de Mateus, que instalou uma barraca de bebidas e comida para ajudar a angariar algum dinheiro para a festa. Hoje para o almoço prepararam tripas e contou que tiveram “muitas encomendas” logo de manhã bem cedo.
“Falamos com o São Pedro para que viesse bastante calor porque quanto mais calor, mais barris vendemos de cerveja”, gracejou.
A 49ª edição do Circuito Internacional de Vila Real arrancou na sexta-feira, prolonga-se até domingo e inclui a etapa nacional da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), que tem em pista um “recorde” de 27 pilotos.
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