Sebastian Vettel terminou o Grande Prémio do Brasil, em Interlagos, a festejar o seu terceiro triunfo no Mundial de pilotos de fórmula 1, mas não teve hoje a vida facilitada, já que, logo na primeira volta, sofreu um acidente.

O piloto alemão da Red Bull, que partia para o autódromo José Carlos Pace com 13 pontos de avanço sobre Fernando Alonso, estava então virtualmente ultrapassado, mas ainda havia muito para acontecer nas 71 voltas ao circuito paulista - chuvadas, acidentes, trocas de pneus e entradas do carro de segurança na pista.

Vettel foi recuperando lugares e, no final, cortou no sexto lugar (a 9,453 segundos do vencedor), numa prova ganha pelo ex-campeão do Mundo inglês Jenson Button, da Maclaren. Bastava-lhe ser oitavo para ganhar ao espanhol da Ferrari, que hoje foi segundo (a 2,734).

Alonso recuperou 10 pontos no Mundial, que é ganho por Vettel com 281 pontos contra 278 do espanhol, ficando o terceiro lugar para outro antigo campeão do Mundo, o finlandês da Lotus Kimmi Raikkonen (207).

As posições de hoje em Interlagos ficaram bem definidas a 10 voltas do fim, quando se percebeu como ficava a sequência de pilotos após as idas às boxes.

Vettel em sexto sabia que rodava para ser campeão, já que era evidente que Alonso não conseguia destronar Button.

Aos 25 anos, Sebastien Vettel confirma-se como o melhor piloto da nova geração, digno sucessor no estrelato alemão do heptacampeão Michael Schumacher, que hoje se despediu das pistas pela segunda vez na carreira.

O germânico deu uma volta à pista, antes do Grande Prémio, com uma bandeira de agradecimento. Mais titulado de sempre na modalidade, com sete campeonatos, volta a parar seis anos depois de ter deixado pela primeira vez o “grande circo”.

Detentor de inúmeros recordes, como vitórias e “pole positions”, Schumacher teve uma fraca “segunda vida” na Fórmula 1, acrescentando apenas um pódio ao seu vasto currículo.

Quanto a Vettel, que já era nomeadamente o mais jovem vencedor de Grande Prémio, mais jovem campeão, bicampeão e tricampeão, chega hoje ao patamar de títulos em que estão Ayrton Senna, Nelson Piquet, Jackie Stewart, Jack Brabham e Niki Lauda. Melhor, só os lendários Schumacher (sete), Juan Manuel Fangio (cinco) e Alain Prost (quatro).

Um ceptro que chegou a parecer perdido, a meio da época, mas na reta final do campeonato o alemão embalou de forma imparável, triunfando por quatro vezes seguidas em provas asiáticas e invertendo a tendência que então pendia mais para Alonso e Lewis Hamilton, da McLaren.

A belíssima época de Vettel é determinante também para a vitória de construtores da Red Bull, com 460 pontos contra 400 da Ferrari. Os outros pontos da escuderia austríaca foram assegurados pelo australiano Mark Webber.

Para a equipa de Dietrich Mateschitz é também tempo de festejos de "tri".