A dupla portuguesa de natação artística vai disputar o “tudo ou nada” em Barcelona, entre quinta-feira e domingo, na tentativa de assegurar a estreia lusa na especialidade nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“É a primeira tentativa de qualificação olímpica portuguesa, por isso, se conseguirmos chegar perto de uma final de qualificação é muito bom. Em Barcelona é o tudo ou nada”, afirmou a treinadora, Sylvia Mendizabal, em declarações à agência Lusa.
A partir de quinta-feira e até domingo, vão estar em disputa sete vagas para a competição de natação artística em Tóquio2020, pelas quais, no sábado, vão ‘lutar’ Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves.
Antes do pré-olímpico, a equipa portuguesa vai treinar durante três dias na cidade catalã, onde vai enfrentar uma eliminatória de dueto livre e outra de dueto técnico, ambicionando uma das 12 vagas na final de dueto livre, que qualifica sete para os Jogos Olímpicos.
“Se conseguirmos estar nesta final ou lá muito perto, seria um objetivo já muito bom”, vincou Sylvia Mendizabal.
Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves procuram fazer história na natação portuguesa, e conseguir a primeira presença em Jogos Olímpicos em natação artística (designada por sincronizada até 2017).
Para a competição em Tóquio2020 há 13 duetos com presença assegurada – três diretamente e 10 já qualificadas -, enquanto as restantes sete vão ser disputadas em Barcelona por 20 duetos.
O pré-olímpico de natação artística foi várias vezes adiado, devido à pandemia de covid-19, oferecendo mais tempo de preparação à equipa lusa, que participou ainda nos Europeus de natação, em Budapeste, onde foram 14.ªas no dueto livre e 15.ªs no dueto técnico, no início de maio.
A prova permitiu aferir o nível competitivo, “alterar a dificuldade das coreografias”, fazer uma “preparação psicológica” do estado competitivo e, no regresso, “melhorar o que é possível em duas semanas”.
“Como adiaram tanto o apuramento precisávamos de competir, até para as motivar e ajudou muito. Foi um treino espetacular durante uma semana com um nível de ‘top’ e o nível está muito mais alto que no Rio2016”, realçou a treinadora.
Nos Europeus, Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves conseguiram 77,2667 pontos – mais quatro do que na mesma competição de 2018 –, um resultado “histórico” e com uma pontuação inédita, segundo a treinadora.
As lisboetas iniciaram-se há 15 anos na então conhecida como natação sincronizada e já disputaram dois europeus e outros tantos mundiais, o último dos quais em julho de 2019, quando conseguiram a melhor pontuação de sempre para Portugal (76,2328 pontos), em Gwangju, na Coreia do Sul, um valor agora suplantado.
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