O torneio das Seis Nações, a mais antiga competição de râguebi do mundo, arranca sexta-feira com 11 troféus em disputa, alguns dos quais imaginários, como a ‘colher de pau’ que premeia anualmente o último classificado.
Mais do que o título de campeão atribuído à melhor equipa do torneio, as rivalidades seculares entre as nações envolvidas têm originado, desde a primeira edição, em 1883, algumas disputas particulares dentro do próprio torneio, com a Triple Crown a destacar-se das demais.
Trata-se de um título que premeia qualquer uma das quatro ‘Home Nations’ (Escócia, Inglaterra, Irlanda e País de Gales) que consiga vencer todas as outras três numa só edição do Seis Nações.
Só passou a ter um troféu físico em 2006, mas remonta às primeiras edições da competição e ganhou a sua designação quando a França passou a integrá-la, transformando o original Home Nations Championship em torneio das Cinco Nações, em 1910.
Isto porque o atual torneio das Seis Nações, uma das mais prestigiadas competições desportivas anuais do mundo, nem sempre foi disputado por seis seleções e, como tal, nem sempre teve a mesma designação.
Com a primeira edição disputada em 1883, o Home Nations Championship passou a torneio das Cinco Nações entre 1910 e 1931, quando contou com as primeiras participações da França, que só voltaria em 1947, após a II Guerra Mundial.
O torneio conheceu, então, o seu período de maior estabilidade, durante mais de meio século, passando a torneio das Seis Nações no ano 2000 com a entrada da Itália.
Desde então, os ‘azzurri’ têm sido os principais ‘clientes’ da famigerada ‘colher de pau’, o troféu imaginário atribuído ao último classificado de cada edição do torneio, com 18 ‘utensílios’ indesejados.
Porém, no historial de todo o torneio, ainda é a Irlanda que ‘coleciona’ mais colheres de pau (25), seguida de perto pela Escócia (24), enquanto o País de Gales (18) tem tantas como os italianos, que já superam a Inglaterra (17) e a França (13).
Num planto diametralmente oposto, mas ainda no campo dos troféus imaginários, o ‘Grand Slam’ é o sonho de qualquer seleção envolvida e passa por, no final, erguer o troféu do Seis Nações tendo conseguido o pleno de triunfos.
Troféu esse que está avaliado em cerca de 55 mil libras (mais de 65 mil euros), fabricado em prata de lei, mas propositadamente revestido no seu interior por uma fina película de ouro de 22 quilates para proteger o metal principal da corrosão que poderia ser causada pelo champanhe que é vertido no seu interior para ser bebido pelos campeões.
Porém, o troféu mais antigo em disputa no torneio das Seis Nações nem sequer é o ‘Championship Trophy’, uma vez que Inglaterra e Escócia aproveitam o seu encontro anual na competição para disputar a Calcutta Cup, que jogaram pela primeira vez em 1879.
Mais de um século depois, outros troféus começaram a ser disputados por algumas nações em particular.
Inglaterra e Irlanda disputam o Millennium Trophy (desde 1988), enquanto Irlanda e Escócia jogam pela Centenary Quaich (1989).
A França decide o troféu Giuseppe Garibaldi com a Itália (2007) e o Auld Alliance com a Escócia (2018) que, por sua vez, disputa a Doddie Weir Cup com o País de Gales e a Cuttitta Cup com a Itália (2022).
Por outro lado, entre os adeptos é comum dizer-se que o mais importante no torneio das Seis Nações não é quem ganha, mas sim quem não ganha. E, nesse particular, a Inglaterra recolhe a maioria das 'preferências'.
Não só pelo que representa historicamente em termos de rivalidade com as outras nações do Reino Unido e com a França, como por ser a mais bem-sucedida do torneio: a seleção da rosa soma 29 vitórias, 10 das quais partilhadas.
Isto porque antes de 1994, se duas ou mais seleções terminassem o torneio com o mesmo número de pontos, eram todas consideradas campeãs – só nesse ano foram implementados critérios de desempate.
A seguir aos ingleses, o País de Gales foi o país que mais vezes conquistou o torneio (28/11), seguido da França (18/8), Irlanda (16/8) e Escócia (14/8).
A Itália e a Escócia são as únicas das seis nações que nunca conquistaram o título, desde que a entrada dos transalpinos ‘rebatizou’ o torneio.
Nesta ‘era’, que teve início em 2000, a Inglaterra continua igualmente a ‘reinar’, com sete títulos, seguida por França, Irlanda e País de Gales, todos com seis.
O torneio das Seis Nações 2025 começa na sexta-feira, com o França – País de Gales, às 20:15, no Stade de France, em Paris, e decorre ao longo de cinco jornadas até 15 de março.
Comentários