Os clubes da Divisão de Honra de râguebi, principal escalão competitivo português, aprovaram a criação de uma Fase Regional no campeonato para evitar longas deslocações e contaminação de covid-19 entre cidades, anunciou hoje a Federação (FPR).
Em declarações à agência Lusa, o presidente da FPR explicou que a Fase Regional vai substituir a prevista Fase de Apuramento, com quatro grupos de três equipas (em vez de três grupos de quatro clubes), considerando também a sua localização geográfica e não apenas a classificação da época passada.
Desta forma, os grupos passam a ser formados por Belenenses, Cascais e Benfica (Grupo A), Técnico, Cascais e Montemor (Grupo B), Direito, Agronomia e São Miguel (Grupo C), e Académica, CDUP e CRAV (Grupo D).
“Apuram-se para o Grupo do Título os primeiros classificados de cada grupo e os quatro segundos jogam uma eliminatória única para definir as seis melhores equipas. Todas as outras seis jogarão o Grupo da Descida”, esclareceu Carlos Amado da Silva.
Desta forma, “mantêm-se as datas” previstas para o início da competição sénior, que deverá arrancar no fim de semana de 26 e 27 de setembro e será disputada, “pelo menos inicialmente”, com “restrições de público nos estádios”.
Até lá, a direção da FPR irá “analisar e avaliar os recintos desportivos existentes”, de forma a avaliar aqueles que têm ou não condições para serem utilizados na competição e apenas aqueles que apresentem “todas as condições de higiene e segurança para este combate à covid-19” serão considerados “aptos” e “poderão ser utilizados”.
Ainda de acordo com uma nota enviada hoje pela FPR, os clubes participantes na Divisão de Honra irão “desenvolver mecanismos internos de prevenção, segurança, higiene e testagem de acordo com as melhores práticas internacionais”, mas no que diz respeito aos testes, e “atendendo o seu estatuto de entidades amadoras com um papel importante na formação cívica e social de milhares de jovens”, solicitaram à FPR que faça todos os esforços junto das entidades oficiais para “viabilizar a testagem dos jogadores”.
Quanto aos escalões inferiores, o presidente da FPR revelou à Lusa que “haverá uma reunião com os clubes” na sexta-feira, mas assumiu que a 1.ª e 2.ª Divisões só avançarão, “também de forma regional”, caso consigam “cumprir as mesmas regras” que os clubes da Divisão de Honra.
“Não temos moral para dizer que jogam uns e outros não, mas as condições e a exigência têm de ser as mesmas. Ainda hoje, houve quase 400 novos casos de covid-19 no país. Não o podemos encarar de ânimo leve”, sublinhou Amado da Silva.
Em 25 de agosto, a DGS atualizou as normas para a retoma das competições de modalidades coletivas, incluindo o râguebi e os desportos de contacto no grupo de alto risco.
A classificação do râguebi como modalidade de risco elevado nas orientações da DGS obriga a uma testagem de todos os agentes envolvidos na organização dos jogos oficiais até 48 horas antes do momento competitivo e, para os escalões de formação, impede mesmo o contacto físico em contexto de treino e a competição.
No mesmo dia, em reação às orientações divulgadas, o presidente da FPR acusou a DGS de “tratamento diferenciado” para outras modalidades e de não responder às propostas do organismo para retomar a atividade durante a pandemia de covid-19.
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