A época de râguebi em Portugal “pode estar perdida” devido à interrupção forçada, como forma de prevenção da pandemia de Covid-19, de acordo com Frederico Sousa, Coordenador Técnico Nacional e treinador da Agronomia.
Em declarações à agência Lusa, o técnico dos campeões nacionais admitiu hoje que o impacto da paragem na modalidade é “enorme” e que, apesar de os jogadores terem recomendações para se manterem “ativos dentro das suas possibilidades”, as perspetivas não são animadoras.
“Não existe data para regressar e, segundo tenho visto, o pico da pandemia poderá ser em maio. Deve seguir-se uma fase de recuperação em junho e, pelas características da modalidade, não vamos competir em julho e agosto. Já vejo pessoas a levantar a possibilidade de recomeçar em setembro”, assumiu o também selecionador de râguebi ‘sevens’.
Quanto à possibilidade de o campeonato ser retomado, Sousa vê esse cenário como “difícil” devido à falta de tempo, mas aventa a possibilidade de ‘saltar’ diretamente para as meias-finais e final se houver entendimento de todas as partes.
O retomar das competições que ficaram por terminar é um cenário que, por sua vez, o capitão da seleção nacional, Tomás Appleton, vê como desejável para que a época “não seja dada como perdida”, apesar de assumir que seria “diferente das outras”.
“Os jogadores vão perder forma, rotinas e entrosamento”, admitiu Appleton, que concorda, no entanto, com Frederico Sousa no aspeto em que vai sempre ser necessária “uma nova pré-época” no caso de ser possível, nalgum momento, retomar a competição.
O centro do CDUL e da seleção portuguesa reconheceu que, durante esta paragem, não há muito mais a fazer do que “análise de vídeo”, apesar de no seu clube estarem a tentar arranjar formas alternativas para manter a forma.
“No sábado, fizemos um treino físico de grupo em casa, onde cada um colocou o telemóvel à sua frente e nos ligámos todos numa sala virtual, mas creio que daqui para a frente vai ser cada um por si, seguindo as indicações dos preparadores físicos”, revelou Appleton, de 26 anos.
É que apesar de acreditar que a situação em Portugal “não será igual a Itália”, o jogador do CDUL admite que o cenário será “relativamente parecido” e, quando a situação no país se agravar, ou se chegar mesmo a uma situação de quarentena absoluta, será “difícil conjugar horários” entre todos os colegas de equipa.
“Obviamente que isto compromete as competições, mas neste momento há coisas mais importantes em que pensar”, concluiu o capitão dos ‘lobos’.
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