O râguebi do Sporting abriu hoje as inscrições para os escalões de formação, anunciou a secção numa publicação nas redes sociais, na qual afirma que “a orientação emitida pela DGS não proíbe os treinos dentro da mesma equipa”.
Os ‘leões’ consideram que o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS), que coloca o râguebi como modalidade de risco elevado no âmbito da retoma desportiva em contexto de pandemia de covid-19, “peca por tardio” e não questionam a inclusão nesse grupo, mas “antes a aplicação dos critérios” que dizem “não ter sido igual para todas as modalidades, caindo assim a justificação da defesa da saúde pública argumentada pela DGS”.
“A orientação emitida pela DGS não proíbe os treinos dentro da mesma equipa, apenas proíbe (para já) a competição, com exceção do escalão sénior. Os planos de treino já estavam elaborados pelos nossos técnicos e preveem todas as condições para um treino seguro”, defende a secção de râguebi do clube de Alvalade.
Contactado pela Lusa, o coordenador dos escalões de formação ‘leoninos’ explicou que "os sub-8, sub-10 e sub-12 são escalões sem competição”, nos quais é “perfeitamente possível continuar a trabalhar as competências essenciais sem realizar contactos” e remeteu para a pré-competição (sub-14) e competição (sub-16 e sub-18) as maiores preocupações.
“Os sub-14 são o escalão que nos levanta maiores dúvidas. Temos feito alguns contactos com outros clubes no sentido de tentar montar uma competição informal, numa variante sem contacto, que cumpra as normas da DGS. Os sub-16 e sub-18 apresentam maiores desafios, pois é muito difícil trabalhar sem contacto, até por uma questão da própria motivação deles”, disse João Telhada em declarações à agência Lusa.
A expectativa dos responsáveis é, para estes escalões, que as normas anunciadas esta semana pela DGS “sejam transitórias” e que seja possível “alterar as regras” e “permitir que os escalões jovens possam jogar, mesmo que sujeitos à realização de testes”, apesar de isso levantar outros desafios, nomeadamente a nível financeiro.
“Mesmo um clube como o Sporting teria dificuldades, pois tem mais 50 modalidades com solicitações idênticas. A solução poderá vir pela via política. Tem de haver a perceção da parte do governo e restantes partidos de que os clubes estão a prestar um serviço público importantíssimo, falo exclusivamente da formação, e cumpre ao Estado financiar esses testes para viabilizar a competição”, considerou o coordenador dos ‘leões’.
O râguebi do Sporting movimentou, na última época, cerca de 120 atletas masculinos e femininos nos escalões de formação, um número que João Telhada espera manter apesar da pandemia de covid-19 e das restrições à prática desportiva que emanam das orientações mais recentes da DGS.
“Não podemos negar que há uma crise económica e social instalada e é natural que este tipo de atividades estejam no topo da lista de despesas a cortar pelas famílias. Por outro lado, o projeto do Sporting é muito construído com elas, que o sentem como sendo delas, e foi sem surpresa que quando recomeçámos os treinos, em junho, a adesão foi quase total”, justificou João Telhada.
O râguebi do Sporting, que movimenta apenas escalões de formação e femininos, foi “dos primeiros a interromper os treinos” e a primeira atividade a parar “no universo do Estádio Universitário de Lisboa”, no início da pandemia, mas retomou a atividade em junho, após o desconfinamento, “sempre com elevadas normas de segurança e sem qualquer contágio”, destacam os 'leões' no anúncio de abertura de inscrições.
Os treinos dos ‘leões’ recomeçam em 02 de setembro e as inscrições estão abertas para rapazes e raparigas entre os 5 e os 18 anos de idade.
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