Os Lusitanos XV, franquia da responsabilidade da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), iniciam no sábado a participação na Super Cup europeia com “o foco e o discurso” no Mundial de 2023, assumiu hoje o treinador, Luís Pissarra.
A nova competição europeia lançada este ano pela Rugby Europe tem como objetivo ajudar a desenvolver a modalidade nos países emergentes e a FPR vai aproveitá-la para alargar a base de jogadores selecionáveis para os ‘lobos’, tendo em vista a fase decisiva da qualificação para o França2023.
“Claramente, o objetivo é prepararmos os jogadores e uma equipa para estar muito bem preparada para jogar em fevereiro e março, período onde vamos ter os jogos decisivos no apuramento para o Mundial”, assumiu Pissarra, em declarações à agência Lusa.
O selecionador de Portugal, Patrice Lagisquet, tem referido várias vezes “a importância de ter uma base alargada” de jogadores selecionáveis, lembrou Pissarra, e os Lusitanos XV surgem como uma oportunidade para dar experiência internacional aos jogadores do campeonato português.
“Entre lesões e uma ou outra indisponibilidade, o objetivo é termos um grupo alargado de jogadores pronto a competir a esse nível. Os Lusitanos XV vão servir para isso mesmo, para tê-los em forma e adaptados ao sistema de jogo da seleção”, esclareceu o técnico português.
Nesse sentido, Lagisquet é o coordenador da equipa e esteve em Lisboa no início da preparação dos Lusitanos XV, mas Luís Pissarra e João Mirra, adjuntos do francês na seleção portuguesa, são os responsáveis por “dar os treinos de acordo com as orientações” do chefe de equipa.
E a estratégia delineada passa por “expor um lote de jogadores” a um nível de râguebi “mais sério e exigente” do que encontram no campeonato português.
Assim, os Lusitanos XV serão formados exclusivamente por jogadores do campeonato da Divisão de Honra elegíveis para os ‘lobos’ e nem sequer foi colocada a hipótese de chamar lusodescendentes dos campeonatos franceses porque esses “já estão noutro nível” e é preciso “salvaguardar as boas relações com os clubes” gauleses, admitiu Pissarra.
Por isso, quando questionado sobre as hipóteses de lutar pelo título na Super Cup, Luís Pissarra volta a focar as atenções na seleção, apesar de “acreditar perfeitamente” que os Lusitanos XV têm “boas condições para chegar às finais deste torneio”.
“Os jogadores aderiram muito bem. Muitos deles vêm isto como uma oportunidade de mostrar serviço para podermos contar com eles para a seleção. Porque, claramente, o nosso foco e discurso estão muito no Mundial e os jogadores que estão nesta ‘periferia’ sentem que é uma grande oportunidade”, concluiu o técnico.
Os Lusitanos XV iniciam a participação na nova competição europeia de clubes com um duplo confronto frente aos Castilla y León Iberians, em 18 de setembro (17:00), em Lisboa, e em 26 de setembro (11:00), em Valladolid.
A Super Cup é uma nova competição europeia de clubes organizada pela Rugby Europe, destinada a clubes e franquias dos países emergentes da modalidade.
A equipa portuguesa integra a Conferência Oeste da competição, juntamente com os espanhóis, os Delta (Holanda) e os Brussels Devils (Bélgica).
A Conferência Este será disputada pelas franquias georgiana Black Lion e israelita Tel-aviv Heat, além do campeão e vice-campeão da Rússia, o Enisey STM e o Lokomotiv Penza, respetivamente.
Os dois primeiros classificados de cada conferência apuram-se para as meias-finais, disputadas a uma mão, que terão lugar durante o mês de abril de 2022, no campo do vencedor de cada conferência.
A final terá lugar em maio de 2022, em data e local a designar pela Rugby Europe.
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