O alargamento do Mundial para 24 equipas e a criação da Taça das Nações B, que irá integrar a seleção portuguesa, constituem “uma boa vitória” para Portugal, disse hoje o presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR).

Em declarações à agência Lusa, no dia em que o Conselho Geral da World Rugby aprovou um conjunto de alterações ao calendário internacional da modalidade, Carlos Amado da Silva defendeu ainda que “esta solução, não sendo a ideal, é a melhor possível”.

“E é melhor do que a atual. Em boa verdade, vamos jogar com equipas do nosso nível e superior. E isso não impede que tenhamos todos os anos a possibilidade de jogar também com equipas do ‘tier 1’, ao contrário do que foi dito”, frisou o líder federativo.

Segundo Amado da Silva, “não havia outra alternativa” que não fosse “esta ou ficar para trás”, e “quem vai custear a segunda divisão” da Taça das Nações são os países da competição principal.

Mas o mais "relevante" da decisão do Conselho Geral, que será ratificada na quinta-feira, foi ter-se conseguido “um alargamento do Campeonato do Mundo” para 24 equipas.

“Porque essa era uma questão que se punha simultaneamente. Não podíamos optar por um alargamento [do Mundial] sem aprovar as outras competições. Era um pacote. Portanto, não só a alternativa era não termos nada, como para nós é importante, é uma boa vitória, é excelente”, comentou.

Questionado pela agência Lusa sobre a possibilidade de o alargamento do Mundial ser feito através da qualificação direta dos quartos classificados da fase de grupos do França2023, Amado da Silva revelou que “foi uma ideia” que chegou a colocar aos homólogos dos outros países que ficaram em quarto lugar, mas “nem chegou a ser proposta” oficialmente.

“Era bom para nós, mas era um oportunismo. Sempre defendi e defendo que toda a gente deve disputar o apuramento para o Mundial, exceto o país organizador e o campeão do mundo, não posso estar a dar ideias para ser incoerente. Não está certo, não defendo isso e portanto nem sequer falei mais do assunto”, reconheceu.

O Campeonato do Mundo de râguebi Austrália2027 vai ser alargado para 24 seleções, mais quatro do que as que disputam a competição desde 1999, anunciou hoje a World Rugby, após a votação do Conselho Geral do organismo.

O alargamento faz parte de um pacote de medidas que será ratificado na quinta-feira, na assembleia geral do organismo que superintende a modalidade a nível mundial e que prevê ainda uma nova competição bianual entre as 10 primeiras seleções do ranking e duas convidadas.

Pouco depois do anúncio da World Rugby, uma fonte ligada ao processo revelou à agência Lusa que seria criada também uma Taça das Nações B, na qual será integrado Portugal, juntamente com outras seleções classificadas no ranking mundial imediatamente abaixo das 12 seleções da competição principal.

A criação de ambas as competições foi, entretanto, confirmada durante a tarde numa conferência de imprensa extraordinária convocada pela World Rugby, com a presença do presidente do organismo, Bill Beaumont, e do diretor-executivo, Alan Gilpin.

O Campeonato do Mundo de râguebi é a maior competição internacional da modalidade e disputa-se de quatro em quatro anos desde a primeira edição, realizada em 1987.

As três primeiras edições foram disputadas por 16 seleções, antes de o número de participantes ser alargado para 20, em 1999, mantendo-se inalterado desde essa data.

Portugal apurou-se para a competição em duas edições, em 2007 e em 2023, ambas realizadas em França, tendo conseguido este ano a sua primeira vitória, frente às Fiji, no último encontro do Grupo C.