Portugal vai agarrar “com unhas e dentes” qualquer oportunidade para ganhar um jogo no Mundial de râguebi, disse hoje o ‘vice-capitão’ da seleção portuguesa, após receber o ‘cap’ que premeia todos os jogadores pela presença no França2023.
“Temos qualidade para competir contra todas as equipas e se tivermos uma oportunidade para ganhar, seja que jogo for, vamos agarrá-la com unhas e dentes”, afirmou José Lima, após a cerimónia oficial promovida pela World Rugby, em Perpignan.
Questionado sobre se concordava com o presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), que disse, em palco, que acredita “na qualidade e talento dos jogadores portugueses para ganhar todos os jogos no Mundial”, o centro dos ‘lobos’ lembrou, por outro lado, que “o que faz a diferença” neste nível competitivo “é a capacidade de ser regular”.
“Esse vai ser um dos problemas que temos pela frente”, reconheceu José Lima, apesar de garantir que tem “a mesma confiança que o presidente” da FPR.
“Hoje em dia temos uma equipa que é quase toda profissional, temos trabalhado muito bem todos juntos e podemos causar problemas a qualquer equipa do nosso grupo”, assumiu.
O Campeonato do Mundo começa na sexta-feira e o primeiro adversário de Portugal, o País de Gales, vai a jogo já no domingo, frente a Fiji, enquanto a seleção lusa só se estreia em 16 de setembro.
Para o futuro jogador da Agronomia, esse é um dado “importante” porque a seleção portuguesa é “uma equipa jovem, que nunca jogou um Mundial” e pode, desta forma, “ficar de fora para sentir o que é esta competição e deixar a pressão para os outros”.
“Para nós vai ser uma boa vantagem ficar a ver os outros a jogar na primeira jornada. Temos mais uma semana para trabalhar, o que também é importante, e acho que isso vai contar no jogo contra o País de Gales”, considerou José Lima.
Por seu lado, o pilar Francisco Bruno admitiu estar “bastante” ansioso pelo primeiro jogo de Portugal, mas reconheceu que poder ver os galeses em ação antecipadamente “dá alguma vantagem”.
“Estamos há uma semana a trabalhar já focados no País de Gales, olhámos minuciosamente para o seu plano de jogo e para a maneira como vão atacar. Temos a sorte de poder ver primeiro um jogo deles e a partir daí é continuarmos a trabalhar e arranjar o melhor plano possível para os defrontar”, comentou o jogador do Direito.
Sobre a ambição do presidente da FPR, Bruno lembrou que “quem conhece Amado da Silva sabe que pensa sempre no melhor possível” e agradeceu a confiança depositada.
“Se não tivessemos pessoas como ele, que acreditam em nós e estão dispostas a estar aqui todos os dias a trabalhar e a lutar pelos nossos direitos enquanto jogadores de râguebi, então acho que nem valia a pena”, atirou Francisco Bruno.
Os jogadores da seleção portuguesa de râguebi receberam hoje o ‘cap’ (chapéu) alusivo à participação no Campeonato do Mundo, uma tradição que premeia todos os jogadores presentes em cada edição da competição.
A cerimónia protocolar decorreu nas ruínas da antiga Église des Carmes, no centro da cidade onde os ‘lobos’ instalaram o seu quartel-general, e contou com a presença do presidente da Câmara de Perpignan, Louis Aliot, assim como do vice-cônsul de Portugal em Toulouse, Miguel Alves Rita, e dos representantes da Associação Portuguesa dos Pirenéus Orientais, com sede naquela cidade.
Em representação da World Rugby esteve o vice-presidente John Jeffrey, antigo internacional escocês, que garantiu ser um “apreciador do estilo de jogo de Portugal” e assumiu estar “ansioso por ver os ‘lobos’ irem à caça dos seus rivais no Grupo C” do Mundial.
A seleção portuguesa vai jogar o Mundial de râguebi pela segunda vez no seu historial, após a histórica presença na competição, em 2007, também em França.
Portugal vai disputar o Grupo C, no qual enfrenta o País de Gales (16 de setembro), a Geórgia (23 de setembro), a Austrália (01 de outubro) e as Ilhas Fiji (08 de outubro).
O Mundial de França2023 decorre entre sexta-feira e 28 de outubro.
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