O treinador adjunto da seleção portuguesa de râguebi, João Mirra, reforçou hoje a confiança em todo o grupo à disposição no Mundial França2023 e desvalorizou a possibilidade de Vincent Pinto e Rafael Simões serem castigados.

Os dois jogadores vão comparecer perante uma Comissão Disciplinar Independente (CDI), em Paris, na terça-feira, para serem ouvidos por ação “imprudente” e “placagem perigosa”, respetivamente, mas o assistente de Patrice Lagisquet aproveitou para lembrar que o grupo tem “mais opções”.

“É claro que queremos contar com todos, mas o nosso grupo não é de 15 nem de 23 e têm todos muita qualidade. Se eles jogarem, ótimo, temos mais opções. Se não jogarem, temos outras opções muito válidas”, vincou João Mirra, em conferência de imprensa, em Perpignan.

Sem se alongar sobre o assunto, porque “este é um processo que ainda está em andamento”, Mirra afirmou mesmo que escolher os jogadores para jogar é “a parte mais difícil” devido à qualidade das opções.

“Não estou a dizer isto como um ‘cliché’. Tem sido uma dificuldade brutal pelo empenho de todos e pela sua qualidade para fazer a escolha dos 23 para os jogos. E já quando viemos para cá, foi o mesmo para fazer a lista de 33, porque nós confiamos em todos”, vincou.

Ao lado de Martim Belo, que foi titular frente ao País de Gales, numa posição na qual José Rebelo de Andrade ficou de fora da convocatória para o Mundial por lesão e José Madeira falhou a estreia na competição devido a dores musculares, o técnico aproveitou mesmo o jogador do Cascais para comprovar as suas palavras.

“Um exemplo disso foi o Martim Belo. Não andava a ser titular nesta equipa, jogou e teve um nível muito elevado. É um jogador novo, mas, quando há qualidade, a idade é menos relevante”, exemplificou João Mirra.

A seleção portuguesa fez hoje um treino ligeiro de recuperação no Parc des Sports, em Perpignan, o primeiro após a derrota com o País de Gales, no sábado, por 28-8, na estreia no Mundial França2023.

Na terça-feira, os ‘lobos’ começam a preparar o embate com a Geórgia, marcado para sábado, às 13:00 (hora de Lisboa), em Toulouse, a contar para a segunda jornada do Grupo C.

Já de olho nesse desafio, o técnico que é também treinador do Belenenses admitiu que, apesar da derrota contra o País de Gales, a prestação da equipa deixa “uma perspetiva positiva” para o próximo desafio, mas recordou que na última vez que enfrentaram a Geórgia, os ‘lobos’ perderam “por 20 e tal pontos” (38-11).

Ainda assim, assumiu que Portugal vai entrar em campo “para competir e para ganhar”.

“Seria hipócrita se dissesse que não. Vamos para competir e, desta vez, para ganhar. É óbvio que não controlamos o resultado, apenas o processo, mas vamos à procura de uma vitória”, concluiu.

A seleção portuguesa de râguebi estreou-se no sábado no Mundial com uma derrota por 28-8 frente ao País de Gales, em encontro da segunda jornada do Grupo C.

Portugal, que 'folgou' na primeira ronda, vai ainda defrontar a Geórgia (sábado), a Austrália (01 de outubro) e as Fiji (08 de outubro).

O Campeonato do Mundo de râguebi França2023 teve início em 08 de setembro e decorre até 28 de outubro.