Os jogadores da seleção portuguesa de râguebi “não conhecem todo o seu potencial” e o desafio de sábado, com a Geórgia, é uma “excelente oportunidade para o descobrirem”, exortou hoje o selecionador Patrice Lagisquet.

De partida para Paris, onde Portugal vai receber os georgianos em encontro da quarta jornada do Europe Championship, o técnico francês assumiu, em declarações à agência Lusa, que “seria pretensioso” afirmar que está confiante numa vitória, mas lembra que o jogo permitirá “perceber se a equipa consegue competir” com um adversário deste nível.

“Vamos jogar contra o 12.º classificado do ‘ranking’ mundial e uma equipa que perdeu apenas um jogo nos últimos 10 anos no torneio das Seis Nações B”, justificou Patrice Lagisquet, referindo que este é o momento ideal para “avaliar se Portugal evoluíu alguma coisa nos últimos três jogos”, frente a Bélgica, Roménia e Rússia.

O técnico lembrou, ainda, que o principal objetivo da seleção para esta época era construir um grupo que possa “competir pela qualificação” para o Mundial, a partir do próximo ano, e apesar de não ter traçado objetivos concretos para o desafio frente aos georgianos quer ver alguns detalhes no jogo de Portugal.

“Não podemos repetir a primeira parte do jogo com a Rússia, temos de fazer o nosso jogo veloz, com bola, ser fortes nos ‘mauls’ e colocar pressão no ‘scrum’”, apontou o ‘Express de Bayonne’.

Para isso, Portugal volta a contar com ‘reforços’ lusodescendentes oriundos dos campeonatos profissionais franceses, que podem “dar confiança” e ajudar os avançados do campeonato português a “acreditar que têm capacidade” para disputar as fases estáticas.

Por outro lado, o facto de a partida se disputar em Paris confere motivação extra a jogadores como Mike Tadjer, Jean Sousa, Geoffrey Moïse, Lionel Campergue, Ivo Morais, Kevyn Batista, Eric dos Santos, Thibault Freitas ou Dany Antunes.

“Vão ter as famílias e os amigos no jogo, a apoiá-los, e estão felizes e orgulhosos de representar a seleção. Tenho a certeza que vão querer mostrar do que são capazes e o orgulho que sentem por representar os ‘lobos’”, garantiu o treinador.

Lagisquet fez mesmo questão de sublinhar que “todos os elementos” do grupo, e não apenas os lusodescendentes, têm um “sentimento muito especial” ao vestir a camisola da seleção portuguesa e que isso é visível na atitude que demonstram dentro de campo.

“Ainda agora, no jogo com a Rússia, a forma como arranjaram forças para defender um ‘scrum’ a cinco metros da linha de ensaio, apesar de estarem em inferioridade numérica, foi absolutamente incrível”, exemplificou o treinador.