A campanha institucional para as Eleições Europeias encerrou hoje, na praia de Carcavelos, com uma aula de surf adaptado numa ação que visou alertar para o escrutínio e divulgar legislação europeia relativa aos direitos das pessoas com deficiência.

A campanha institucional para as Eleições Europeias encerra assim como começou, a 8 de setembro de 2018, dia em que foi lançada a plataforma www.destavezeuvoto.eu, na qual milhares de cidadãos portugueses e europeus se inscreveram ‘online’, criando uma rede de multiplicadores de informação sobre as eleições europeias em toda a UE.

Em setembro de 2018, 60 pessoas com deficiência desfrutaram de uma experiência de surf, hoje a iniciativa decorreu entre as 11:00 e as 16:00 e nas primeiras horas mais de 30 pessoas já tinha experimentado o desporto.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Surf Adaptado (SURFaddict), Nuno Vitorino a iniciativa é importante para sensibilizar para o voto nas próximas eleições, que em Portugal ocorre a 26 de maio, para as políticas europeias dirigidas às pessoas com deficiência e ao mesmo tempo despertar as pessoas para o facto de este desporto poder ser praticado por todos.

“A União Europeia e nós cidadãos temos um papel importante de sensibilização. A União Europeia tem sido muito importante para as pessoas com deficiência”, disse.

A Surfaddict, explicou, surgiu em 2012 para que a deficiência não fosse impeditiva de praticar a modalidade e desde a sua criação mais de 2.500 pessoas com deficiência tiveram a possibilidade de surfar.

“Queremos que o nosso trabalho nos torne dispensáveis para que as escolas de surf assumam a prática do surf adaptado como uma coisa normal”, disse, acrescentando que já foram percorridas várias zonas do país e “onde houver uma bandeira portuguesa lá estarão para colocar as pessoas com deficiência dentro de água”.

Teresa Abraços, terapeuta e vice-presidente da associação, destacou também a importância da prática do surf para o equilíbrio e autoestima das pessoas com deficiência, além do prazer lúdico, retirando-as de casa e permitindo um convívio agradável com os outros.

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, associou-se à iniciativa, destacando que é importante passar a mensagem da importância do voto nas eleições europeia, tendo em conta o impacto que as políticas europeias têm tido relativamente aos temas que interessam às pessoas com deficiência.

Ana Sofia Antunes disse ainda que a 26 de maio Portugal terá pela primeira vez a vigorar o voto em ‘braille’, uma solução definitivamente prevista nas leis eleitorais portuguesas.

“As pessoas cegas vão poder votar numa matriz em ‘braille’ de forma autónoma e no dia 26 vamos também ter uma versão piloto, um teste de voto eletrónico que vai funcionar no concelho de Évora. Esta solução, não sendo apenas para pessoas com deficiência, ajuda muitas pessoas com deficiência a poder votar”, frisou.

Não sendo esta uma solução definitiva que vá vigorar para todo o país, acrescentou, é um piloto que vai permitir retirar lições e ver se o modelo está ou não a funcionar.

Pedro Valente da Silva, chefe de gabinete de comunicação do Parlamento Europeu, explicou que a iniciativa visou alertar para o facto de as pessoas com deficiência terem sido objeto de um conjunto de medidas legislativas, um objetivo claro da União Europeia de fazer com que 1/6 dos cidadãos europeus com deficiência tenham os mesmo direitos que os outros.

O objetivo desta campanha institucional para as eleições europeias, é combater a abstenção e sensibilizar o público para a importância deste escrutínio e para o impacto da UE nas suas vidas.

Ao todo, 265.189 pessoas inscreveram-se na plataforma www.destavezeuvoto.eu em toda a União Europeia, das quais 12 mil em Portugal.

Mais de 23 mil voluntários em toda a Europa, entre os quais 1.300 em Portugal, desenvolveram ações de divulgação das eleições europeias.