O surfista português Francisco Morais queixou-se hoje das avaliações “estranhas” dos juízes do circuito principal de surf, depois da eliminação precoce em França, e revelou o desejo de ver Gabriel Medina sagrar-se campeão mundial.
A eliminação na repescagem na etapa anterior, frente ao brasileiro Yago Dora, deixou o atleta de Cascais “frustrado” com as notas obtidas, uma vez que havia somado 15,57 pontos (7,87 e 7,7), menos 0,2 do que Dora (8 e 7,77).
“Foi super frustrante. Senti-me completamente injustiçado. Às vezes, é assim, e não podemos fazer grande coisa infelizmente, se não continuar a surfar e a trabalhar”, começou por lamentar ‘Kikas’, à margem da apresentação do Meo Rip Curl Pro Portugal, 10.ª e penúltima etapa do circuito.
Para Frederico Morais, a prova em França seria boa para conseguir pontos importantes, porém acredita que as injustiças não acontecerão na etapa em Peniche, que vai ser disputada entre terça-feira e 27 de outubro, na praia de Supertubos.
“Estava a surfar bem e mesmo assim não consegui avançar. É super desagradável para qualquer desportista. A ver se isso muda em Peniche e espero que não aconteça com nenhum surfista. Que sejam os mais justos possíveis”, explicou o atual 22.ºclassificado do ‘ranking’.
Frederico Morais foi mais longe, admitindo que “não é o único surfista a queixar-se ao longo da temporada das classificações estranhas e aleatórias dos juízes”.
Já sobre a luta pelo título mundial, o amigo Gabriel Medina e atual líder da hierarquia é a aposta do português para voltar a vencer em Peniche e triunfar no Havai, na última etapa do circuito, apesar do também brasileiro Filipe Toledo e do australiano Julian Wilson estarem com grandes hipóteses de se sagrarem campeões.
“Vai ser um título super renhido. Estas duas últimas etapas são boas para ele, estou a torcer pelo Gabriel, porque tenho uma relação mais chegada. Espero que corra bem e que tenha uma boa etapa aqui [em Peniche]”, salientou.
Apesar das suas performances ao longo da temporada não estarem a correr como o esperado e de não ter garantido, até ao momento, a permanência na elite mundial, o surfista português frisa que não há tempo para dramatismos e mostra-se feliz.
“Ainda faltam algumas etapas para acabar o ano, por isso não é drama nenhum. O mais importante é estar feliz, confiante com o meu surf, apesar dos resultados não estarem a combinar com o surf que tenho feito. Tenho que continuar forte e acreditar”, concluiu.
‘Kikas’ tem como melhor desempenho em Peniche o quinto lugar obtido em 2015 [chegou aos quartos de final], então com um ‘wild card’, quando eliminou o norte-americano Kelly Slater na repescagem, seguindo-se a chegada à terceira ronda (13.º) no ano seguinte e à quinta (9.º) em 2017.
A partir de terça-feira, Peniche recebe a elite do surf mundial pela 10.ª vez consecutiva, depois da estreia, em 2009, com a organização do Rip Curl Search.
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