A portuguesa Marta Paço disse hoje à Lusa que o terceiro título mundial de surf adaptado foi “o mais difícil de conquistar”, triunfando na categoria VI 1, no sábado, nas águas de Huntington Beach, Estados Unidos.

“A prova correu bem, foi o meu terceiro título e o mais difícil de conquistar, mas felizmente consegui”, declarou a jovem de 18 anos, em entrevista à Lusa.

No sábado, com uma pontuação de 8,67, superou na final a espanhola Carmen López (terceira, com 4,50) e as francesas Valentine Moskoteoc (segunda, com 6,00) e Juliette Mas (quarta com 1,00).

Paço analisa a competição como tendo “um aumento da qualidade do surf” das competidoras, mas também desafios a nível interno. “Senti um pouco mais a pressão dos títulos anteriores”, admite.

Daqui para a frente, e antes de janeiro, quando planeará o ano de 2024 mais a fundo, quer continuar a trabalhar para “ser melhor surfista”.

“Os meus próximos objetivos são mais a nível do meu surf. Quero evoluí-lo, tornar-me melhor, não só em relação às adversárias mas a mim própria, e continuar a contribuir para o crescimento da modalidade, que espero que se torne paralímpica nos próximos anos”, afirma.

De resto, em 2023/24 terá um novo desafio sem ser em cima da prancha, uma vez que ingressou no ensino superior, para estudar Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Nova, em Lisboa, para onde se mudou de Viana do Castelo.

“Com organização tudo se consegue. (...) Tivemos de fazer mudanças na rotina de treino. Vivo em Lisboa, faço ginásio e à quinta-feira volto para Viana, para treinar”, explica.

Por seu turno, Camilo Abdula, que detinha o título mundial na sua divisão, ficou desta feita em terceiro lugar, com 7,37 pontos, à frente do francês Maxime Clarkin (4,70), mas atrás do japonês Shingo Kato (12,10) e do brasileiro Roberto Pino (16,94).

"Missão cumprida. O objetivo era chegar à final e consegui-o. Não consegui ser novamente primeiro, mas a competição é assim e os adversários, hoje, estiveram melhor. O mar também estava bonito, mas complicado, e não consegui encontrar as minhas ondas, mas é aceitar e para o ano há mais", realçou o surfista português, no dia da conquista.

João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS) e líder da comitiva lusa na Califórnia fez um balanço positivo da prestação da equipa comandada por Tiago Prieto, considerando que foram cumpridos "todos os objetivos" da equipa das 'quinas'.