Yolanda Hopkins está na ronda 16 do MEO Rip Curl Pro Portugal. Wildcard da 3.ª etapa do Championship Tour (CT), circuito de elite da Liga Mundial de Surf (WSL), a decorrer em Supertubos, Peniche, a surfista portuguesa apontou à vitória na paragem portuguesa de um circuito que ainda não é o dela.

“Quando estou no meu mindset eu não penso sobre mais ninguém. Podem ser as melhores do mundo, não quero saber. Acredito no meu surf, acredito na minha performance e acredito que tenho os skils (competências) l e a qualidade para ganhar”, afirmou Yolanda (8,50 pontos) depois de ter afastado na ronda de repescagem, Brisa Hennessy (12.ª do ranking do CT) e Bella Kenworthy (10.ª), atletas residentes no circuito mundial de surf.

Na segunda presença em Supertubos entre a elite (5.ª classificada em 2023), igualmente na qualidade de convidada, a fé inabalável nas suas capacidades será posta à prova no duelo com a prodígio norte-americana Caitlin Simmers, campeã mundial e atual líder da hierarquia.

As previsões apontam para uma tempestade no horizonte e “Yo”, número 98 na licra (ano do nascimento da surfista), está pronta a recebê-la com um sorriso. “Para mim, quanto maior, melhor, não quero saber, acho que elas é que estão com medo, não sou eu, por isso que venha a tempestade, sem problemas”, lançou em conversa com os jornalista depois de confessar ter surfado na véspera, em free surf, com a lua como companheira.

Dois meses em casa a preparar a entrada no Circuito Mundial

Yolanda Hopkins estará na primeira linha do Challenger Series, antecâmara do CT, que arranca em junho. “No ano passado, estive mesmo tão, tão perto que acho que ativou um fogo aqui dentro de mim”, assumiu.

“Tenho estado a treinar mais, passado mais horas dentro de água e acho que estou em full performance e acredito no meu surf. Agora é só mostrar nos heats”, sublinhou.

A pré-época e a preparação levou-a, por decisão própria, a ficar em casa, em Sines.

“Os últimos dez anos tem sido sempre sem parar e tem sido difícil, é muito dinheiro gasto, é muita pressão, estamos sempre a viajar de um lado para o outro e mesmo a questão só de arrumar a nossa capa de pranchas, no final do ano, dá uma dor de cabeça”, realçou a surfista algarvia de 26 anos.

“Ter estes dois meses, acho que foi muito importante, teve quase a mesma importância de quando fiz a minha primeira surf trip depois do meu pai ter morrido (novembro de 2021), foi o mesmo tipo de reset, são coisas diferentes, mas quando se faz este circuito é muita pressão o tempo todo, basicamente o ano todo”, confessou.

Reforça a importância do par de ter tido o par de meses. “Ter estes dois meses de folga, só a treinar e focada, é uma rotina que não conseguimos manter no resto do mundo, acho que foi muito importante para o início do meu ano”, antecipou.