Teresa Bonvalot conquistou o sexto título nacional de surf na Ilha de São Miguel, Açores, 4.ª e penúltima etapa da Liga MEO Surf.

“Tenho aqui memórias inesquecíveis, memórias que vão ficar para a história e sabe bastante bem voltar aos Açores e sair daqui feliz”, disse a bicampeã nacional, um feito que alcança pela segunda vez na carreira (2014 e 2015).

“Foi mais um evento inacreditável. Cada prova da Liga tem sido incrível de competir e com um nível de surf muito alto. Tem muito sido giro fazer parte desta evolução toda e deste circuito”, afirmou Teresa Bonvalot durante a cerimónia de entrega de prémios da etapa açoriana do circuito que apura os campeões nacionais.

Bonvalot (Sporting), campeã nacional em 2014, 2015, 2020, 2022, 2024 e 2025, termina no topo do ranking, de forma antecipada, pela terceira vez nos Açores, à imagem da temporada 2022 e 2024.

“Seis títulos? Parece que já sou velha à seria, mas sei que tenho muitos anos pela frente”, exclamou a surfista de 25 anos, hexacampeã nacional que somou a 30 vitória na 1.ª divisão do surf português. Apenas Patrícia Lopes, 11 títulos e 39 vitórias em etapas, soma mais triunfos no circuito nacional.

“O ano de certa forma só ainda agora começou”, recordou Teresa Bonvalot que aproveitou o palco para remeter umas palavras de apreço para Francisca Veselko, surfista que, juntamente com Yolanda Hopkins, completa o trio português que iniciou a temporada no Challenger Series (CS), circuito de acesso ao Championship Tour (CT).

“Parabéns, mais uma vez, à Kika pela vitória no Challenger”, endereçou, referindo-se ao primeiro triunfo de Veselko no CS, no arranque da temporada 2025-2026, em Newcastle, Austrália, entre 2 e 8 de junho.

“A Austrália tem proporcionado momentos inesquecíveis para nós. A única vez que ganhei no Challenger foi na Austrália (Sydney Pro, em 2022), lembro-me da Kika estar lá, não sei se chorou, com a bandeira e a levantar-me ao colo, por isso, fazia sentido estar lá (Bonvalot retribui o gesto e transportou Kika Veselko em ombros), vibrei com cada momento e cada onda. Queria ter feito a final com ela, fica para uma próxima”, rematou.

““Não as queremos voltar a ver cá””

Luís Perloiro, vencedor da Allianz Triple Crow, sub-troféu que premeia os melhores surfistas em três etapas, Figueira da Foz, Ericeira e Açores e ainda atual detentor da licra amarela Go Gill, quando falta uma etapa, Peniche, 24 a 26 de outubro, para determinar o campeão nacional masculino, elogiou o caminho trilhado pelo surf feminino.

“Tenho de deixar os parabéns ao surf feminino português. Não podemos não comentar as cartas que elas têm dado lá fora. Se calhar, nós homens, temos de nos inspirar nelas. Estão a dar cartas e nós também podemos, porque internacionalmente também temos qualidade, portanto, (vamos) embora”, apontou Perloiro (Sporting).

No final da cerimónia que decorreu no areal da praia de Santa Bárbara, Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), deixou um recado a Teresa Bonvalot, 3.ª classificada do ranking Challenger Series (CS) e Francisca Veselko, líder da hierarquia do circuito secundário da Liga Mundial de Surf (WSL).

“Teresa ainda bem que vieste aqui imensas vezes aos Açores. Esperamos, sinceramente, não te ver a ti para o ano, nem à Kika Veselko” sublinhou.

O inusitado pedido tem uma explicação. “Seria por um bom motivo, significaria que estariam qualificadas para o World Tour (circuito mundial)”, continuou. Por isso, “não as queremos voltar a ver cá”, sorriu o presidente da ANS no encerramento do evento da Liga MEO Surf nos Açores.