Andrea Jaeger contou este sábado que foi vítima de assédio sexual quando estava no circuito WTA. A antiga tenista norte-americana, agora com 57 anos, deu uma entrevista ao 'The Independent' onde revelou que foi vítima de assédio sexual por parte de uma funcionária do staff da Associação de Ténis Feminino (WTA), quando tinha apenas 16 anos.

"Trocava de sanita ou de casa de banho para evitar comentários ou ações de outras pessoas. Tive pelo menos 30 incidentes [de assédio sexual] com um membro específico do staff, que fazia tentativas físicas, sempre nos balneários, numa altura muito, muito, muito precoce da minha carreira. Essa funcionária tinha um grande problema em guardar as mãos para si mesma", revelou Andrea Jaeger.

Um dos incidentes aconteceu em 1982, num momento em que Jaeger sentiu-se mal por ter consumido álcool. Acabou por ser levada a casa por uma funcionária da WTA.

"Quando chegámos, ela levou-me até à porta e tentou alguma coisa. Ela estava a tentar beijar-me. Foi tão mau que subi as escadas enquanto tentava não vomitar só para que o meu pai não me visse", contou. Ainda tentou denunciar a funcionária mas acabou por acabou por sofrer represálias pela denúncia.

"Eles disseram-me: 'Se dizes mais uma palavra sobre isto, vamos certificarmo-nos de que a bolsa da tua irmã em Stanford [universidade] é retirada'. Sempre que tentei defender-me, eles ameaçavam que iam prejudicar alguém", recordou.

Andrea Jaeger foi finalista por duas vezes de um Grand Slam. Venceu dez títulos antes de ser obrigada a reformar-se aos 19 anos, por conta de uma lesão no ombro. Quatro anos antes, participou pela primeira vez no torneio de Wimbledon, em 1980, sendo apontada como um prodígio do ténis feminino.

Desde 2006 que Andrea Jaeger é freira da Igreja Episcopal de Santa Rosa, no estado da Flórida.