A Associação de Ténis da China expressou hoje “indignação”, após a Associação de Ténis Feminino (WTA) mundial ter suspendido os torneios no país asiático, por incertezas em torno da tenista Peng Shuai, segundo o jornal Global Times Social Networks.

O jornal citou, através do Twitter e do Facebook, redes sociais bloqueadas na China, a associação chinesa, que criticou a decisão da WTA, por “ser baseada em informações fictícias”, que “afetam a atleta relevante” e as “oportunidades de competir” dos atletas locais.

A declaração não surge no portal oficial da associação. Todas as informações relacionadas com o caso de Peng, que acusou um antigo alto quadro do Partido Comunista Chinês (PCC) de abuso sexual, foram censuradas nas redes sociais e imprensa oficial da China.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin, que em conferências de imprensa anteriores rejeitou falar sobre o caso, disse também hoje que a “China se opõe à politização do desporto”.

Zhao Lijian, outro porta-voz da diplomacia chinesa, ressaltou ainda que a tenista “apareceu” recentemente em alguns eventos públicos e que o seu caso não deve ser “politizado”.

A WTA suspendeu, oficialmente, os torneios do circuito previstos para a China, na sequência do caso da tenista Peng Shuai.

A tenista, de 35 anos, revelou, no início de novembro, ter sido abusada sexualmente pelo ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, numa publicação que foi imediatamente retirada da rede social chinesa Weibo.

Segundo Steve Simon, presidente da WTA, todos os torneios realizados pela associação na China, incluindo na região semiautónoma de Hong Kong, foram suspensos.

“Eu não vejo como é que os nossos atletas podem competir [na China], enquanto Peng não poder comunicar livremente e for pressionada a contradizer as suas alegações de abuso sexual”, disse Simon.

Em 02 de novembro, Peng revelou que manteve durante anos um caso de amor intermitente com Zhang, que ela acusou de abuso sexual da primeira vez em que estiveram juntos.

Apesar de ter reaparecido em 21 de novembro num restaurante de Pequim e num torneio de ténis na capital chinesa, de acordo com vídeos publicados pelos meios de comunicação oficiais chineses, e de já ter falado, através de videoconferência, com o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, a WTA levanta dúvidas quanto à liberdade da atleta.

Zhang Gaoli ocupou o cargo de vice-primeiro-ministro da China entre 2013 e 2018.

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