O tenista Novak Djokovic quer agarrar o sonho que tanto persegue e completar, finalmente, o ‘Grand Slam’ de carreira com o título em Roland Garros, uma missão que colidirá com as pretensões de Rafael Nadal e Andy Murray.

Aquele desejo que começa a procurar no domingo e que poderá concretizar a 05 de junho é um sonho antigo, tão antigo quanto a conquista de três dos quatro ‘majors’ do calendário. Em 2011, o sérvio venceu o Open da Austrália, Wimbledon e o Open dos Estados Unidos e percebeu que completar o ‘Grand Slam’ de carreira seria um passo natural.

Mas, ano após ano, Djokovic tem visto o tão desejado sonho escapar-lhe entre os dedos, com o pesadelo maior a datar de 2015, quando, depois de fazer cair o ‘rei’ da terra batida nos quartos de final e de se desenvencilhar do complicado Andy Murray nas meias-finais, tropeçou na sua ansiedade e na solidez de Stanislas Wawrinka na final.

Desfeito em lágrimas, diante do público que lotou o ‘court’ Phillipe Chatier, prometeu voltar no ano seguinte e vai fazê-lo com a confiança em alta, graças aos cinco títulos conquistados este ano, entre eles o Open da Austrália e o Masters 1000 de Madrid e ao estatuto de inabalável número um mundial.

Mas, entre ‘Djoko’ e o sonho de tornar-se no oitavo tenista a completar o ‘Grand Slam’ de carreira (os arquirrivais Roger Federer e Rafael Nadal já o têm, respetivamente, desde 2009 e 2010) estão dois grandes rivais.

O primeiro, pelo historial na ‘catedral’ da terra batida, é o número cinco mundial. ‘Rafa’ já não é o dominador que era, mas seria impossível descartar o recordista de títulos (9) em Roland Garros (2005-2008, 2010-2014), até porque esta temporada o maiorquino, prestes a completar 30 anos, já ergueu dois troféus no pó de tijolo (Masters 1000 de Monte Carlo e Barcelona).

No entanto, nos últimos frente a frente com os dois primeiros do ‘ranking’ mundial, Nadal saiu derrotado: por Murray nas meias-finais de Madrid e por Djokovic nos quartos de Roma.

O derradeiro Masters 1000 da temporada de terra batida viu o ‘vice’ bater o número um e consagrou o britânico como um sério candidato à vitória em Paris. Nada que seja surpreendente depois da grande luta que Murray travou com o sérvio nas meias-finais do ano passado.

Fora desta corrida pelo título de Roland Garros parece estar Wawrinka, que teve uma temporada bem modesta em terra batida, e está seguramente o seu compatriota Roger Federer.

E a ausência do número três mundial é já uma das grandes notícias do torneio, que arranca no domingo e termina a 05 de junho e que tem João Sousa, 28.º tenista mundial e, por isso, cabeça de série, como único representante nacional.

A desistência de Federer, a recuperar de problemas físicos, põe fim a um dos seus recordes mais impressionantes, a presença consecutiva em 65 ‘Grand Slams’. Para que se perceba, é preciso recuar até ao milénio anterior, mais precisamente até ao Open dos Estados Unidos de 1999 para encontrar um quadro principal sem o recordista de vitórias (17) em ‘majors’.

No quadro feminino, o favoritismo recai em Serena Williams que, além de figurar como número um mundial e primeira cabeça de série, venceu em duas das últimas três edições (2013 e 2015).

Na ausência da russa Maria Sharapova, vencedora em 2012 e 2014, devido a uma suspensão por doping, o estatuto de grande adversária da norte-americana é repartido pela vencedora do Open da Austrália, a alemã Angelique Kerber (3.º), a sensação espanhola Garbiñe Muguruza (4.º), a sempre surpreendente bielorrussa Victoria Azarenka (5.º) e Simona Halep, a sexta tenista mundial que venceu na terra batida de Madrid.