Duas vitórias e duas derrotas foi o saldo dos tenistas portugueses na segunda ronda da qualificação da 24.ª edição do Portugal Open, com Rui Machado e João Domingues a avançaram para a última fase.
João Domingues foi responsável pela surpresa da jornada ao eliminar Frederico Gil, finalista vencido do ex-Estoril Open em 2010 e favorito para o encontro da segunda fase do “qualy”.
O jovem portuense, de 19 anos, ganhou por 2-6, 6-3 e 6-1, em uma hora e 50 minutos, apurando-se para a última ronda da qualificação, depois de um jogo em que o número 286 mundial foi muito irregular.
«Sem dúvida é uma das melhores vitórias da minha carreira. Foi a primeira vez que joguei no court central, admito que estava muito nervoso antes e durante o jogo. Sabíamos que ia ser um jogo muito difícil e quem fosse mais forte mentalmente ia ganhar o encontro. No primeiro ‘set’ estava um pouco precipitado. Levei nas orelhas do meu treinador e lá me acalmei», analisou o número 962 do mundo.
Domingues, que há três anos estava em casa a ver o jogo da final entre Gil e Albert Montañes, sabia que “Fred” não está no seu melhor momento de forma e aproveitou.
«O João fez o joguinho dele, pôs a bola em jogo quase sempre, para mim, não jogou para ganhar mas ganhou, porque eu acabei por fazer quase todos os erros do jogo. É muito estranho estas sensações. Às vezes sinto que não tenho vontade», começou por dizer Gil.
A doença do português – revelou recentemente que é bipolar – voltou, segundo o próprio, a afetar o seu jogo.
«Estive completamente distraído e acabei por perder, por falhar muito e lutar pouco. Queria muito jogar bem aqui no Estoril Open. É um mar de emoções muito forte que eu não consegui gerir e acabo por fazer muitos erros e por não me sentir muito bem ali dentro», explicou, confessando que travou uma «luta interna brutal» contra si próprio.
No início do dia, Rui Machado já tinha garantido o apuramento para a terceira ronda, ao vencer o letão Andis Juska, 385.º da hierarquia mundial, por 6-1 e 6-3, em uma hora e 12 minutos.
Depois de ter batido o antigo top 20 Igor Andreev no sábado, por 7-6 (7-2) e 6-1, o português voltou a mostrar-se em grande nível, não sofrendo qualquer quebra de serviço, para assegurar um encontro com o holandês Thiemo de Bakker (90.º), o seu último obstáculo rumo ao quadro principal.
«Sei que é um jogador com grandes capacidades técnicas, tem muitas soluções, conheço-o muito bem. Vou trabalhar com o treinador para tentar encontrar um ou outro ponto fraco que ele possa ter agora. Sei que não é muito regular em terra batida e pode ser um ponto a meu favor», disse o algarvio, 333.º tenista mundial.
Pelo caminho ficaram os outros dois representantes nacionais que jogaram hoje nos “courts” do Jamor: André Gaspar Murta lutou muito, mas acabou por perder com o suíço Henri Laaksonen, sétimo pré-designado do qualifying, por 2-6, 6-3 e 7-6 (7-1), enquanto Felipe Cunha-Silva foi batido pelo sexto cabeça de série, o espanhol Pablo Carreno-Busta, por 6-1 e 6-0.
O Portugal Open, anteriormente designado Estoril Open, decorre entre 27 de abril e 05 de maio, no complexo de Ténis do Estádio Nacional, em Oeiras.
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