Jannik Sinner e Carlos Alcaraz dividiram entre si os quatro torneios do Grand Slams de 2024, confirmando o seu estatuto de estrelas mais brilhantes da nova geração do ténis mundial, num ano que, de certa forma, marca o fim da era dos chamados 'Big 3', que se estendeu por mais de 20 anos.

Novak Djokovic, é certo, ainda bem recentemente brilhou a grande altura, conquistando aquele que era, um dos seus grandes objetivos para 2024: o Ouro olímpico, batendo de forma brilhante Alcaraz na final, em Paris. Mas pela primeira vez desde 2017 termina uma temporada sem conquistar qualquer título do Grand Slam.

'Big 3' sem nenhum Grand Slam...22 anos depois

Efetivamente, este é mesmo o primeiro ano desde 2002 que entre os vencedores de um torneio do Grand Slam não figura nem o nome de Djokovic, nem o de Roger Federer, nem o de Rafael Nadal. Foram 22 anos com pelo menos um deles a vencer pelo menos um 'major'. Uma série que chegou agora ao fim, marcando talvez o nascimento de uma nova era.

Em 2024, só um dos quatro torneios do Grand Slam contou com a presença de um dos 'Big 3' na final, com Djoko a perder frente a Alcaraz em Wimbledon. Federer já se retirou e Nadal tem jogado em 'part-time'.

Sinner e Alcaraz começam a somar feitos

Ao bater sem grandes problemas o norte-americano Taylor Fritz na final de domingo, Jannik Sinner juntou a conquista do Open dos Estados Unidos ao seu triunfo de janeiro no Open da Austrália (onde tinha derrotado Daniil Medvedev na final), tornando-se no primeiro homem desde Guillermo Vilas, em 1977 a conquistar na mesma temporada os seus dois primeiros títulos do Grand Slam.

Um feito que escapou não só a Federer, Djokovic e Nadal, mas também a outras lendas, como Pete Sampras ou Andre Agassi.

Alcaraz, de 21 anos, por seu lado, venceu Roland Garros (batendo Sascha Zverev na final) e defendeu depois com êxito o título de Wimbledon frente a Djokovic. Ao todo, já leva quatro títulos do Grand Slam, chegando a esse registo em mais tenra idade do que qualquer um dos membros do 'Big 3'. Nadal tinha 22 anos quando o conseguiu, Federer 23 e Djokovic 24.

Alcaraz pode mesmo 'fechar' o Grand Slam de carreira (vencer os quatro 'majors') já em janeiro de 2025, se conquistar Open da Austrália.

"É bom ver novos campeões. É bom ver novas rivalidades", sublinhou Sinner após o triunfo de domingo no US Open. O italiano, de 23 anos, soma seis títulos este ano, enquanto Alcaraz soma três. Os dois já conquistaram 15 títulos cada no total, nas respetivas carreiras.

Faltará, para que a rivalidade cresça entre os dois e atinja outros patamares, que disputem entre si finais do Grand Slam, algo que ainda não sucedeu. Este ano defrontaram-se nas meias-finais finais de Roland Garros, com Alcaraz a vencer em cinco sets. O espanhol lidera, atualmente, o frente a frente com o italiano, tendo vencido 5 e perdido 4 dos 9 embates que já tiveram, mas Sinner levou a melhor na única final que discutiram (no ATP 250 de Umag, na Croácia, em terra batida, em 2022).

Mais fácil chegar mais longe, diz Taylor Fritz

Derrotado por Sinner na final de domingo do US Open, a primeira que disputou de um torneio do Grand Slam, Taylor Fritz, de 26 anos, acredita que os 'majors' estão agora mais abertos do que nunca. "Penso que neste momento não é preciso jogar de uma forma absolutamente incrível para chegar longe nos grandes torneios", disse. "Pode chegar-se até aos quartos de final jogando apenas de forma minimanete sólida, embora, claro, para bater os jogadores de topo seja preciso jogar ao nosso melhor nível", acrescentou.

Djokovic e Nadal devem voltar à ação nos próximos dias. Djoko vai jogar na Taça Davis, em Belgrado, pela Sérvia, com Nadal, que não joga desde os Jogos Olímpicos, a entrar em cena uma semana depois, na Laver Cup, em Berlim, para defender as cores da Europa a partir de 20 de setembro.

Ambos terão, certamente, de responder a muitas perguntas sobre os respetivos planos para o futuro, num desporto que dominaram durante grande parte das últimas duas décadas, mas que parece ter agora, enfim, novos reis.