A russa Maria Sharapova anunciou hoje que vai recorrer da suspensão de dois anos imposta pela Federação Internacional de Ténis (ITF), na sequência do controlo positivo por meldonium no último Open da Austrália.
“Com a sua decisão de impor uma suspensão de dois anos, o tribunal da ITF concluiu unanimemente que aquilo que fiz não foi intencional. O tribunal descobriu que não procurei tratamento médico de modo a melhorar o rendimento desportivo. A ITF despendeu imenso tempo e dinheiro a tentar provar que eu violei intencionalmente os regulamentos antidoping e o tribunal concluiu que não. Precisam de saber que a ITF pediu uma suspensão de quatro anos e o tribunal rejeitou”, começou por dizer uma das maiores figuras do ténis mundial na sua página do Facebook.
Pelo facto de o tribunal ter concluído que a russa não violou deliberadamente o código antidopagem, Sharapova defende que não pode aceitar a suspensão de dois anos.
“O tribunal, cujos membros foram escolhidos pela ITF, concordou que não fiz nada com má intenção, ainda assim querem impedir-me de jogar ténis durante dois anos. Vou recorrer imediatamente para o Tribunal Arbitral do Desporto”, revelou.
Em comunicado, a entidade que tutela a modalidade informou que a tenista russa, antiga número um mundial e vencedora de cinco torneios do ‘Grand Slam’, está suspensa de toda a atividade até 25 de janeiro de 2018 e que lhe serão retirados os pontos relativos ao último Open da Austrália, assim como todos os prémios monetários conquistados.
Sharapova revelou, a 07 de março, que teve um controlo positivo no Open da Austrália por meldonium, uma substância inserida dentro das “Hormonas e moduladores metabólicos” e que passou a fazer parte da lista de substâncias proibidas desde 01 de janeiro, mas desculpou-se assumindo que não tinha visto a lista atualizada enviada pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).
A russa alegou que tomava a substância desde 2006 para combater a predisposição genética para a diabetes, a falta de ferro, a deficiência imunológica e frequências cardíacas irregulares.
O positivo foi registado num controlo realizado a 26 de janeiro, dia do seu encontro dos quartos de final com a número um mundial, a norte-americana Serena Williams, que a russa perdeu por 6-4 e 6-1.
O meldonium (ou mildronate) é um fármaco, proibido na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, recomendado para combater a insuficiência cardiovascular e permite que o coração suporte grandes cargas de trabalho físico ou intelectual.
No entanto, a AMA decidiu proibi-lo este ano, após receber dados alarmantes que confirmavam o seu uso recorrente por parte de desportistas profissionais nos países resultantes do desmembramento da União Soviética.
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