A esperança dos adeptos de ver um britânico vencer Wimbledon, 77 anos depois de Fred Perry, manteve-se hoje intacta com o apuramento de Andy Murray para as suas quintas meias-finais consecutivas no "Grand Slam" londrino.

A maldição que impede os britânicos de conquistarem o seu torneio desde 1936 esteve prestes a repetir-se, quando o segundo tenista mundial perdeu os dois primeiros “sets”, por 6-4 e 6-3, diante de Fernando Verdasco.

Afastado dos primeiros lugares do "ranking" mundial nos últimos meses, o espanhol (54.º) mostrou, nos dois primeiros parciais, o ténis que o levou às meias-finais do Open da Austrália em 2009, mas permitiu a entrada em jogo de Murray, que fechou o terceiro num rápido 6-1.

O equilíbrio tomou conta do encontro, com o segundo cabeça de série a igualar, ao vencer por 6-4, e a forçar o derradeiro “set”, antes de se impor por 7-5, depois de quebrar o serviço de Verdasco.

«Soube controlar os nervos. No final, tomei o meu tempo, não me precipitei e foi isso que fez a diferença», explicou Murray.

Nas meias-finais, fase que não falha pelo quinto ano consecutivo, o finalista de 2012 vai encontrar Jerzy Janowicz, o primeiro polaco da história a apurar-se para as meias-finais de um "Grand Slam".

Janowicz, que seguiu os passos de Agnieszka Radwanska, semifinalista do lado feminino, bateu o compatriota Lucasz Kubot, também ele um estreante nos quartos de final de um “major”, por 7-5, 6-4 e 6-4.

Aos 22 anos, o gigante de 2,03 metros, dotado de um serviço potente, confirma assim o potencial que revelou na final de Paris-Bercy no ano passado, e garante a entrada no “top 20” na próxima atualização dos "rankings" – será o segundo polaco a consegui-lo, depois de Wojtek Fibak nos anos 1970.

Janowicz não pôde conter as lágrimas depois da sua vitória, confessando diante das câmaras de televisão estar «muito feliz» e não esperar chegar «tão longe».

A outra meia-final vai opor o sérvio Novak Djokovic, número um mundial, ao argentino Juan Martin de Potro, bicampeão do Portugal Open.

O primeiro cabeça de série apurou-se pela 13.ª vez consecutiva para as meias-finais de um "Grand Slam" ao vencer o checo Tomas Berdych, sexto jogador do “ranking”, por 7-6 (7-5), 6-4 e 6-3.

Vida mais difícil teve Del Potro, que caiu e chegou a pensar desistir do seu encontro dos quartos de final frente ao espanhol David Ferrer (4.º).

«Estive perto de abandonar, mas, para ser sincero, não queria retirar-me dos meus primeiros `quartos´ em Wimbledon. Foi por isso que continuei a jogar», disse o argentino, que venceu por 6-2, 6-4 e 7-6 (7-5).