O tenista português Nuno Borges diz que “foi bom ganhar um set” ao espanhol Carlos Alcaraz, mas reconhece que o número três mundial foi melhor e mereceu a vitória rumo aos oitavos de final do Open da Austrália.

“Não foi o meu melhor jogo, mas também não foi um jogo mau de todo. Se calhar, faz parte daquilo que o Carlos Alcaraz me fez sentir em campo. Ele entrou muito bem, jogou com muita intensidade e a mim custou mais puxar o meu nível logo desde início. Sinto que cresci com o encontro, mas, mesmo assim, foi difícil ganhar aqueles jogos de serviço contra o vento, do lado direito da cadeira, onde estávamos os dois com mais dificuldades”, começou por explicar o maiato, em declarações à Lusa.

O número um nacional e 33 do ‘ranking’ ATP, que há um ano se tornou no primeiro português a disputar a quarta ronda do ‘major’ inaugural da temporada, perdeu contra o jovem tenista de Múrcia, de 21 anos e à procura de se tornar no mais jovem jogador de sempre a completar o Grand Slam de carreira, em quatro ‘sets’, pelos parciais de 6-2, 6-4, 6-7 (3-7) e 6-2.

“Ele conseguiu ser melhor, no geral, e ele é melhor, portanto mérito dele. Algum nervosismo [da minha parte], mas nada fora do normal. Ele jogou melhor e no fundo do campo, assim que tinha uma oportunidade, era muito bom a capitalizar, apesar de cometer alguns erros, era sempre muito perigoso na linha de fundo”, apontou Borges.

Apesar de reconhecer que “foi bom ter conseguido ganhar um ‘set’”, o português, de 27 anos, saiu da Rod Laver Arena, onde jogou pela segunda vez na carreira, depois da estreia em 2024 frente ao russo Daniil Medvedev, com a sensação de que poderia ter feito mais.

“Senti que houve ali um momento que estava dentro do jogo e senti que tive algumas hipóteses. Mesmo assim, acho que perdi mal o segundo ‘set’ e fiquei com a sensação que podia ter dado para mais ou, pelo menos, apertar um bocadinho mais o resultado. Se calhar teria sido diferente”, confessou.

Enquanto Carlos Alcaraz fica à espera do vencedor do encontro entre o britânico Jack Draper e o australiano Alexander Vukic para conhecer o próximo adversário, Nuno Borges despediu-se do torneio de singulares do Open da Austrália, fazendo, contudo, um balanço positivo deste início de época.

“Terceira ronda de um Grand Slam é muito positivo. Não só esta semana, como as meias-finais em Auckland, foram semanas muito positivas. Estou contente pela maneira como joguei, como competi, acima de tudo, e agora é dar tudo nos pares e ver até onde conseguimos ir. Ganhei alguma confiança destes encontros contra os melhores, principalmente à melhor de cinco sets, [foram] muitas horas passadas em campo, portanto sinto-me com algum ritmo e com alguma confiança. Posso dizer que estou num bom momento, mas preciso de continuar a melhorar”, finalizou o maiato.

Nuno Borges volta no sábado aos courts de Melbourne Park, na companhia do amigo e parceiro de pares, o também português Francisco Cabral, para defrontar na segunda eliminatória o indiano N. Sriram Balaji (65.º ATP em pares) e o mexicano Miguel Reyes-Varela (59.º ATP).