O diretor do Open de ténis da Austrália, Craig Tiley, defendeu a continuação dos jogos do ‘qualifying’ para o primeiro ‘Grand Slam’ da temporada, apesar do fumo que envolve a cidade de Melbourne.

“A nossa equipa médica ficou satisfeita com as condições em que os jogadores competem, tendo em conta todas as pesquisas e dados científicos de que dispõem”, afirmou Tiley aos jornalistas.

Nos encontros do ‘qualifying’ e em vários torneios que antecedem o Open da Austrália, com início marcado para segunda-feira, têm surgido várias críticas à qualidade do ar, afetado pelos fogos que assolam o país há meses.

O diretor do torneio mostrou-se disponível para conversar com os jogadores e afirmou: “Se alguém, a qualquer momento, não se estiver a sentir bem, temos uma equipa médica completa. Temos um especialista em respiração à disposição para lidar com qualquer um desses problemas”.

Na terça-feira, a eslovena Dalila Jakupovic abandonou o encontro da primeira ronda da qualificação do Open da Austrália, com uma indisposição provocada pelo fumo, e o australiano Bernard Tomic afirmou, depois de ter sido afastado no ‘qualifying’, que não conseguia respirar.

Hoje, o britânico Liam Broady criticou as condições em que disputou um encontro na terça-feira, escrevendo no Twitter: “Quanto mais penso nas condições em que jogamos, mais me ‘ferve’ o sangue”.

“Os habitantes de Melbourne foram aconselhados a colocar os animais de estimação em casa e a manterem-se em casa, no dia em que eu joguei. E nós tens de estar no exterior, numa atividade desgastante fisicamente?”, questionou o jogador.

Na quarta-feira, o canadiano Brayden Schnur, 103.º do ranking ATP, criticou jogadores como Rafael Nadal, líder da hierarquia, e Roger Federer, terceiro, por não defenderem os interesses dos tenistas presentes.

"Penso que estas coisas também estão na mão dos jogadores de top-mundial. Federer e Nadal têm de deixar de ser egoístas, deixar de pensar apenas nas suas carreiras e envolverem-se mais nestas situações”, afirmou, Brayden Schnur.

A qualidade do ar na segunda cidade australiana, Melbourne, agravou-se recentemente para níveis considerados "severos", devido ao aumento do fumo provocado pelos incêndios no leste da região.

Desde que começaram, no passado mês de setembro, os incêndios na Austrália devastaram uma área de mais de oito milhões de hectares, provocaram a morte a 27 pessoas e estima-se que tenham matado até mil milhões de animais selvagens.