O tenista sérvio Novak Djokovic superou hoje o grego Stefanos Tsitsipas na final do Open da Austrália e conquistou o 10.º título em Melbourne Park, igualando aquele que era o recorde de 22 ‘majors’ do espanhol Rafael Nadal.
Era um dia de importância maior para os dois finalistas do ‘Happy Slam’. Ambos procuravam subir à liderança do ranking ATP, mas, enquanto o helénico, número do quatro do mundo, lutava pelo primeiro título da carreira no Grand Slam, o tenista de Belgrado, quinto do mundo, jogava por dilatar o recorde de vitórias nos Antípodas e igualar o registo do esquerdino de Manacor. No final, levou a melhor o histórico Djokovic, por 6-3, 7-6 (7-4) e 7-6 (7-5), em duas horas e 56 minutos.
No final, e perante tal domínio, o jogador helénico felicitou o sérvio e atirou: “Ele é o maior jogador de sempre com uma raquete na mão".
"Novak, não sei o que dizer. Creio que o que fazes fala por si mesmo. Admiro o que fizeste por este desporto e que me fez melhor jogador. És um dos maiores do nosso desporto", finalizou Tsitsipas.
Por seu turno, Djokovic, que se revelou extremamente emocionado após o triunfo, falou na mais importante vitória da sua carreira.
“Só a minha família e equipa é que sabem o que tive de passar. É a maior vitória da minha carreira, considerando as circunstâncias. No ano passado, não pude jogar e voltei este ano, graças a todos os que me fizeram sentir cómodo em Melbourne", disse o sérvio.
Djokovic enviou ainda uma mensagem para os jogadores de ténis de todo o mundo, bem como para os gregos e sérvios, países representados nesta final.
“Gostaria de acabar o meu discurso dizendo algo sobre a Grécia e a Sérvia. Somos países pequenos e não tinhamos grandes jogadores como referências. Esta é uma mensagem para os jovens tenistas que vêm isto e que sonham em grande, não deixem ninguém lhes tirar o sonho", sublinhou.
Sem perder em Melbourne Park desde 2019, o antigo número um mundial entrou muito intenso e agressivo no encontro e, face a um adversário que demorou algum tempo a entrar em jogo e a encontrar o seu melhor nível, bastou um ‘break’ no quarto jogo para assumir o comando e fechar favoravelmente o primeiro set, em apenas 36 minutos.
Na segunda partida, a tónica do desafio mudou e o duelo ficou mais equilibrado, com Tsitsipas a conseguir devolver em melhores condições o serviço do opositor, de 35 anos, e a elevar o número de ‘winners’ (13) em relação aos registados na partida inicial (9).
Ainda assim, o grego desperdiçou um ‘set point’ com 5-4 no marcador e Novak Djokovic, depois de levar a decisão ao ‘tie-break’, não perdeu a oportunidade de encerrar a contenda assim que se viu em vantagem (6-4), ao fim de uma hora e 10 minutos.
Obrigado a pressionar mais para tentar manter-se na discussão pelo troféu, Tsitsipas conseguiu quebrar o adversário, pela primeira vez no encontro, logo de entrada no terceiro set, mas o sérvio reagiu da melhor maneira, fazendo de imediato o contra ‘break’ e restabelecendo a igualdade.
O desequilíbrio surgiu no ‘tie break’, quando Djokovic voltou a impor o seu domínio, à imagem do sucedido ao longo de quase todo o embate, e alcançou facilmente o 5-0, antes de confirmar o triunfo ao terceiro ‘match point’ que dispôs ao cabo de duas horas e 56 minutos na Rod Laver Arena, onde disputou a 33.ª final do Grand Slam da carreira e ergueu o troféu há 15 anos, pela primeira vez, nos Antípodas.
Consumada a vitória no Open da Austrália, Novak Djokovic, que contabilizou 36 ‘winners’ contra 22 erros não forçados face aos 40 pontos ganhantes e 42 faltas não provocadas do opositor, vai reassumir na segunda-feira a liderança do ténis mundial, enquanto Stefanos Tsitsipas subirá ao terceiro lugar.
Comentários