O tenista português Nuno Borges, que está infetado pelo coronavírus, revelou hoje estar “assintomático”, mas confessou sentir-se “frustrado” por não poder disputar a fase de qualificação do Open da Austrália, o primeiro ‘major’ da carreira.

“Qualquer um, na minha situação, ficaria frustrado por não poder jogar. Ainda para mais sentia-me apto para o fazer, mas, claro, estando positivo é impossível participar. Não posso meter todo o ‘staff’, organização e jogadores em causa, porque testei positivo. Mas sentia-me bem para jogar e até à véspera achava que ia entrar em ‘court’, por isso é, sem dúvida, frustrante. Mas não há nada a fazer, estou tranquilo nesse aspeto, não teria feito nada de diferente e agora é trabalhar e pensar nos próximos torneios”, contou Borges, em declarações à Lusa.

O jovem maiato, de 24 anos, que figura no 192.º lugar no ‘ranking’ mundial de ténis, tinha assegurado a entrada inédita no ‘qualifying’ do primeiro torneio do ‘Grand Slam’ da temporada e encontro marcado com o belga Ruben Bemelmans, mas um teste positivo ao coronavírus, já em território australiano, arredou-o da competição.

“Não faço ideia como apanhei. Nos voos para a Austrália tive a sorte de ter uma fila de cadeiras só para mim, não tinha ninguém por perto, nenhum dos meus parceiros de viagem teve covid-19 ou sentiu sintomas. Ninguém testou positivo, fui o único num grupo grande de jogadores”, explicou.

Apesar de não ter tido sintomas, Nuno Borges, que esteve “sempre bem e a treinar”, reconhece que “não é fácil medir o cansaço, um eventual sintoma, até porque o ‘jet lag’ também não ajuda e podia ter mascarado um bocadinho.” “De qualquer forma, não senti nada fora do normal”, acrescentou.

Obrigado a cumprir isolamento e a mudar de hotel, reservado para o efeito, o tenista português diz ter recebido da parte da organização “pesos e uma bicicleta estática para fazer exercício” durante o período do confinamento.

“Nesse aspeto até tive sorte. O quarto também é bom e espaçoso, tem uma varanda para poder apanhar sol, por isso tenho tudo o que é preciso para passar os próximos dias e relaxar um bocadinho”, comentou Borges, contando sair do isolamento no início da próxima semana e regressar a Portugal.