O tenista espanhol Rafael Nadal prolongou hoje o seu reinado na ‘catedral da terra batida’, ao conquistar o 14.º título em Roland Garros, batendo na final o norueguês Casper Ruud, e o 22.º ‘major’ da carreira, um novo recorde.
No ‘court’ Philippe Chatrier, 18 anos depois de erguer a sua primeira Taça dos Mosqueteiros, precisamente a 05 de junho de 2005, o esquerdino de Manacor voltou a escrever mais uma página de ouro na história do ténis mundial, ao derrotar Casper Ruud, número oito do mundo, em três ‘sets’, pelos parciais de 6-3, 6-3 e 6-0, ao fim de duas horas e 18 minutos.
Naquela que foi a sua 30.ª final de um torneio do ‘Grand Slam’, o quinto colocado no ‘ranking’ ATP, que há dois dias celebrou o 36.º aniversário, dilatou a vantagem sobre os maiores adversários, o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic, ambos com 20 ‘majors’, e tornou-se no mais velho campeão de Roland Garros, superando Andrés Gimeno, que, há 50 anos, se sagrou vencedor com 34 anos e 10 meses.
Rafael Nadal entrou em campo muito determinado e com um ritmo de jogo intenso, impondo logo uma quebra de serviço ao adversário, de 23 anos, no seu primeiro jogo. Apesar de ter sofrido de imediato o ‘contra-break’ (2-1), o espanhol reagiu com nova quebra de serviço, o suficiente para fechar favoravelmente o primeiro parcial.
No segundo ‘set’, Casper Ruud evitou três pontos de ‘break’ no primeiro jogo serviço, passou para a frente no quarto jogo (3-1), mas não foi capaz de travar a reação do antigo número um mundial, que impôs três quebras de serviço consecutivas e, ao quarto ‘set point’, colocou-se com uma vantagem confortável de 2-0 no marcador.
Com o ascendente todo do seu lado, Nadal fez 11 jogos consecutivos, após os cinco na reta final o segundo ‘set’, para se estrear a vencer o Open da Austrália e Roland Garros na mesma época e tornar-se no terceiro jogador da história a registar quatro vitórias contra tenistas do ‘top 10’ na mesma edição de um torneio do ‘Grand Slam’, depois de Mats Wilander, em Roland Garros em 1982, e Roger Federer no Open da Austrália em 2017.
Nos últimos 18 anos, o espanhol defrontou 74 adversários diferentes, perdeu com apenas dois, contra o sueco Robin Soderling, nos oitavos de final em 2009, e o sérvio Novak Djokovic, nos quartos de final em 2015 e nas meias-finais de 2021, e desistiu em 2016 na terceira ronda frente ao espanhol Marcel Granollers.
A assistir ao feito histórico de hoje, o Rei Filipe VI de Espanha e o Príncipe Haakon da Noruega, acompanhado da Princesa Mette-Marit, não pouparam elogios ao ‘rei da terra batida’ parisiense, Rafael Nadal.
Já Ruud, sem reação no terceiro parcial, no qual ganhou apenas oito pontos, pode congratular-se com a sua estreia em finais do ‘Grand Slam’, e logo frente ao seu ídolo de infância – além de ter treinado na academia de Nadal, a sua foto nas bancadas de Roland Garros num encontro de ‘Rafa’ em 2013 tornou-se final.
Aos 23 anos, o número oito mundial despede-se ainda de Paris com a consolação de se ter tornado no primeiro norueguês a alcançar a final de um ‘Grand Slam’ – até este torneio, Ruud nunca tinha passado da quarta ronda de um ‘major’, e o primeiro escandinavo a chegar ao último encontro na ‘catedral da terra batida’ desde Soderling, em 2010.
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