O tenista português João Sousa e o capitão Rui Machado mostraram-se hoje contentes com a vantagem (2-0) na eliminatória com a Polónia, pontuável para o ‘play-off’ do Grupo Mundial 1 da Taça Davis, mas lembram que “nada está decidido.”
“Isto não está ganho. Já temos muita experiência de Taça Davis, sabemos perfeitamente que 2-0 não está ganho. Já recuperámos de eliminatórias de 0-2. Obviamente que é muito melhor estar a ganhar 2-0 do que 1-1 ou 0-2. Os jogadores sabem que falta um ponto. Temos mais três oportunidades, espero que aproveitemos a primeira. Se não, é na segunda ou na terceira”, avançou o capitão da seleção nacional.
A jogar em casa pela primeira vez desde que assumiu funções em outubro de 2018, Rui Machado assume ser especial e um “privilégio” ganhar em território nacional, “com público, muita gente e um excelente ambiente”, num estádio com bancadas bem compostas.
“Levamos duas vitórias, o que não é nada mau para a primeira experiência em casa. Isto é a Taça Davis”, frisou Machado, antes de admitir estar a pensar manter os planos para a jornada de sábado, mantendo, assim, a dupla Nuno Borges e o estreante Francisco Cabral no encontro de pares.
Já João Sousa, que estabeleceu hoje um novo recorde de vitórias na Taça Davis (38), voltou a lembrar que um encontro nesta competição “é sempre complicado” e que os “‘rankings’ não contam para nada.”
“O fator casa hoje jogou a nosso favor, especialmente no meu encontro. Sei o difícil que é jogar em casa, olhar para a bancada e ver muitas caras conhecidas. Passei por isso em Guimarães [contra a Áustria] e é difícil. É emocionante e eu emocionei-me na altura. O Nuno [Borges] emocionou-se hoje, depois de uma grandíssima vitória”, começou por afirmar, após derrotar Kacper Zuk pelos parciais de 6-3, 2-6 e 6-2.
Apesar de um “segundo ‘set’ menos bem conseguido”, como referiu, o minhoto acredita ter feito “um bom encontro”, em que no terceiro parcial o “apoio do público foi fundamental.”
“A energia que deixámos no campo foi numa boa direção e isso deu resultados. Estamos contentes com estas duas vitórias, mas sabemos que a eliminatória não está ganha. Precisamos do apoio do público e isso é a diferença na Taça Davis”, sublinhou o 87.º colocado mundial.
A vantagem de 2-0 frente à Polónia é importante, reconhece Sousa, mas só no sábado se decidirá a manutenção no Grupo Mundial 1 da Taça Davis, descendo a equipa derrotada ao Grupo II.
“Foi um ótimo dia. Já não jogava Taça Davis em casa há quatro anos [contra a África do Sul no Club Internacional de Foot-Ball]. Jogar em casa é sempre muito especial. O ambiente é diferente, sente-se outra energia. Vencer, jogando em casa, é bom. Estou contente, sem dúvida, e só nos resta desfrutar, mas recuperar, porque amanhã há mais um dia importante para nós e há que continuar o trabalho”, finalizou.
Nuno Borges, por sua vez, estreou-se em encontros singulares da Taça Davis com uma vitória, por 3-6, 6-4 e 6-3, e não escondeu a emoção no ‘court’ central da sua terra natal, a Maia.
“O encontro foi uma mistura muita grande de emoções. Passou-me muita coisa pela cabeça. Demorei um bocadinho a aquecer a máquina e o meu adversário entrou muito bem. Estou muito contente por ter dado a volta. Fez-me lembrar o ambiente no Maia Open, com toda a gente a puxar por nós. É uma memória que vai ficar para muito tempo. O trabalho não está feito. Vou tentar agora libertar a carga emocional”, confessou o jovem maiato, de 25 anos, depois de viver “dos momentos mais especiais da carreira.”
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