João Lagos garante que a 22.º edição do Estoril Open em ténis reflecte a mesma situação “à rasca” do país, mas bate um recorde de 22 anos, com tudo a postos para o arranque na sexta-feira.

«Está tudo a postos. Se calhar em termos de preparativos posso estar a bater um recorde dos 22 anos. Vou ter tudo pronto com antecedência», afirmou o director do torneio, que termina a 01 de Maio, em declarações à Agência Lusa.

O empresário admitiu que a etapa portuguesa enfrenta a situação financeira mais complicada da sua história e insistiu no termo «à rasca», que marcou a conferência de imprensa de apresentação do torneio.

«Quanto maior é a crise e quanto mais à rasca - e nós não estamos mais à rasca que o país, situamo-nos ao nível, nem mais, nem menos -, mais preocupados estamos em mostrar ânimo e coragem, para que sejamos um bom exemplo para outras situações e outras actividades», sublinhou.

O orçamento do torneio ronda os quatro milhões de euros, um dos mais baixos da sua história, reunidos graças ao apoio dos patrocinadores e fornecedores, segundo o promotor da etapa portuguesa do ATP Tour.

«É um bom exemplo mostrar que, contra a adversidade, não há nada como mostrar optimismo, trabalho e muita paixão por aquilo que fazemos», frisou.

João Lagos elogiou ainda a qualidade dos jogadores presentes no quadro masculino, com 450.000 euros em prémios, no qual se destacam o sueco Robin Soderling, o espanhol Fernando Verdasco, o argentino Juan Martin del Potro e o jovem canadiano Milos Raonic.

«É um dos quadros mais fortes em 22 anos. É de certa forma uma surpresa», sublinhou, garantindo que «é quase um escândalo» conseguir um quadro tão forte num ano tão marcado pela crise económica.

Na competição feminina, com 220.000 euros em prémios, destaque para as presenças de três antigas campeãs, a letã Anastasija Sevastova (2010), a húngara Greta Arn (2007) e a china Zheng Jie (2006), além da australiana Jelena Dokic, a antiga número quatro mundial, que deverá arrastar algum público ao Jamor.