Os velejadores portugueses Álvaro Marinho e Miguel Nunes admitiram hoje que os Jogos Olímpicos Londres2012 podem ser os últimos que disputam como dupla, caso confirmem a quarta qualificação consecutiva na classe 470.

«Perspetiva-se [o fim da dupla]. Pode ser a última participação olímpica da dupla. Estão a aparecer novas duplas a nível mundial, mais jovens e com muita garra», observou Álvaro Marinho, que está de partida para Hyères (França), na expetativa da «carimbar o passaporte» para Londres.

O velejador olímpico, que tem como melhor resultado olímpico o quinto lugar obtido em Sydney2000, ao lado de Miguel Nunes, fez depender do apoio dos patrocinadores a continuidade da dupla, que obteve um sétimo lugar em Atenas2004 e um oitavo lugar em Pequim2008.

«Mesmo que Londres seja a última campanha na classe 470, espero que não seja a última na vela», assinalou Álvaro Marinho, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo “A Energia dos Grandes Desafios” entre a Federação Portuguesa de Vela (FPV) e a EDP, em Lisboa.

O velejador considerou que as condições de vento relativamente instáveis na capital inglesa podem ser favoráveis à dupla portuguesa, que espera confirmar a presença nos Jogos Olímpicos de Londres durante a prova de Hyères, entre 22 e 27 de abril, que antecede a participação no Campeonato do Mundo, em Barcelona, e no Europeu da Escócia.

«Já tempos praticamente o dobro dos pontos da dupla adversária [composta por António Matos Rosa e Ricardo Schedel] e esperamos vir de França com o passaporte carimbado para a quarta participação olímpica consecutiva», assegurou Álvaro Marinho, apontando mesmo a disputa da “medal race” em Hyères.

O velejador olímpico qualificou de «muito importante» para o desenvolvimento da modalidade o protocolo estabelecido entre a FPV e a EDP, que visa apoiar escolas e clubes através do fornecimento de material de vela, abrangendo cerca de 400 jovens praticantes.

«Esta parceria vai-nos dar um impulso muito grande para os desafios que temos pela frente, num ano em que a vela terá a maior participação olímpica de sempre», lembrou o presidente federativo, José Leandro.